Parque Zoobotânico instala telas mosquiteiras para proteger primatas da febre amarela

Quatro recintos de espécies mais vulneráveis à doença receberam equipamento; público não consegue ver os animais

Parque Zoobotânico instala telas mosquiteiras para proteger primatas da febre amarela

Quatro recintos de espécies mais vulneráveis à doença receberam equipamento; público não consegue ver os animais

O parque Zoobotânico de Brusque começou nesta quarta-feira, 8, a instalar telas mosquiteiras para proteger 21 animais de quatro espécies de primatas da febre amarela: sagui, macaco-prego, macaco-aranha e bugio. A medida vem após a ocorrência da doença na região Sul em 2019, inclusive com morte, no fim de março, em Santa Catarina, depois de 53 anos. A orientação foi da Vigilância Epidemiológica. Não há previsão para a retirada das telas.

Nos recintos feitos de ferro estão sendo soldadas partes para evitar que a tela fique ao alcance dos macacos. Desta forma, eles poderiam danificá-la, abrindo brechas para que mosquitos entrem nos locais. No caso dos saguis, como há um telhado na estrutura, a solda não foi necessária.

“Precisamos focar na proteção, porque ainda não há vacinas para os macacos. No parque Zoobotânico, não tivemos animais com a doença. Se um deles em algum momento estiver com suspeita, se os sinais clínicos derem esta impressão, a Vigilância Epidemiológica será notificada, para que os exames necessários sejam realizados”, explica Milene Zapala, médica veterinária responsável técnica e geral do parque.

Os macacos não transmitem a febre amarela. Eles são vítimas da doença e sinalizam a circulação do vírus na região. Por isso, ao encontrar um macaco doente ou morto, a Secretaria de Saúde deve ser comunicada imediatamente.

O bugio, oriundo de diversas regiões da América do Sul e de quase toda a América Central, é a espécie mais sensível dentre as quatro protegidas. Quando afetado pelo vírus, sua morte é rápida. De qualquer forma, macacos doentes precisam ser tratados. “Um mosquito sem o vírus que picar o macaco doente acaba tendo consigo o vírus. Assim, o inseto pode transmitir a doença a outros animais.”

Em 4 de abril, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), da Secretaria de Estado da Saúde, confirmou registro da primeira morte de macaco por febre amarela no estado. No caso, tratava-se de um bugio, em uma área de mata no município e Garuva, Norte do estado.

Milene reitera ainda que os macacos não são transmissores da doença. Eles sofrem da febre amarela de forma semelhante ao ser humano, e acabam servindo para identificar as regiões que correm mais risco e onde a doença tem ocorrido.

As espécies protegidas fazem parte do clado Platyrrhini, que inclui os “primatas do Novo Mundo”, ou seja, os primatas da América. São caracterizados também pelo porte, que varia de pequeno a médio. São oito saguis, três bugios, dois macacos-aranhas e oito macacos-pregos. Outros primatas que o parque possui não são tão sensíveis ao vírus transmitido pelo mosquito.

“Pedimos a compreensão aos visitantes do parque. No caso dos saguis, já é difícil avistá-los. E a tela acaba dificultando a visão. As pessoas gostam de bater fotos, observar o animal, mas pode não ser possível. Mas é uma proteção necessária para os animais”, completa a veterinária.

A recomendação é de que pessoas, especialmente as que moram em áreas rurais ou próximas a matas, não entrem em contato com um macaco notadamente doente. O ideal é acionar a Vigilância Epidemiológica ou o parque Zoobotânico.

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