Paulo Eccel não é o primeiro prefeito a não completar o mandato em Brusque

Paulo Eccel não foi o primeiro prefeito obrigado a deixar a prefeitura, nem essa será a primeira eleição indireta para o cargo

Paulo Eccel não é o primeiro prefeito a não completar o mandato em Brusque

Paulo Eccel não foi o primeiro prefeito obrigado a deixar a prefeitura, nem essa será a primeira eleição indireta para o cargo

Apesar de o ex-prefeito Paulo Eccel ter sido o primeiro a ser cassado, na história de Brusque, Roberto Prudêncio Neto é o segundo político que veio da Câmara para um mandato-tampão. Isso porque, em 1954, com a ida do prefeito para a Assembleia Legislativa, a Câmara de Vereadores realizou a primeira eleição indireta para escolha de um prefeito. Anos antes, outros dois prefeitos também foram destituídos de seus cargos, desta vez por força do regime militar.

Em 1954, o então prefeito Mário Olinger renunciou ao cargo do Executivo municipal para assumir uma cadeira como deputado estadual, na Assembleia Legislativa. Na época, não existia o cargo de vice-prefeito e, por isso, a Câmara realizou a primeira eleição indireta para escolha de prefeito na história de Brusque. Com isso, Anibal Diegoli (UDN) foi escolhido prefeito e governou durante um ano, até a eleição de seu sucessor, Carlos Moritz.

Segundo o historiador Paulo Kons, o primeiro vice-prefeito de Brusque só foi nomeado décadas depois. Foi o professor Alexandre Merico, eleito com o prefeito José Germano Schaefer, empossados em 1970. Conforme o historiador, no entanto, a cassação de um mandato, da forma como ocorreu a de Eccel, é fato inédito.
“Nos 154 anos de história política e administrativa de Brusque, o fato inédito é o administrador do município ter o mandato cassado pela Justiça”, diz, destacando que houve outras destituições, mas provocadas pelo regime militar.
Prefeitos destituídos na década de 1930

As destituições por ele elencadas foram verificadas no âmbito da revolução iniciada no dia 3 de outubro de 1930, em Porto Alegre, sob a chefia de Getúlio Vargas. Segundo Kons, Brusque foi ocupada no dia 13 do mesmo mês.
Nessa data, o então prefeito Augusto Bauer, genro de cônsul Carlos Renaux, o primeiro administrador do município que recebeu a denominação de prefeito, foi deposto por forças militares da revolução da Aliança Liberal, movimento criado por descontentes com a política café com leite criada por Minas Gerais e São Paulo. Bauer foi substituído por Rodolpho Victor Tietzmann, que permaneceu no governo de Brusque até 23 de abril de 1935.

Ainda segundo relatos do historiador Paulo Kons ao Município Dia a Dia, anos mais tarde, em ação também chefiada por Getúlio Vargas, em 10 de novembro de 1937, outro prefeito de Brusque foi destituído do cargo.
“Naquela data, Vargas fechou o Congresso Nacional e extinguiu os partidos políticos, outorgou uma nova Constituição e realizou um pronunciamento, transmitido pelo rádio, procurando justificar o novo regime, conhecido por Estado Novo”, explica o historiador.

Com isso, o prefeito Adolpho Walendowsky, da Ação Integralista Brasileira (AIB), que havia sido nomeado em 1936, foi afastado pelo golpe de estado de 10 de novembro de 1937. Walendowsky foi substituído interinamente por Henrique Bosco, até a posse do prefeito nomeado Arthur Germano Risch, que governou Brusque até 21 de março de 1940.

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