Desde suas raízes, o Paysandú apostou na força dos garotos de Brusque e região para formar talentos no futebol. Embora tenha reforçado os elencos principais com nomes de fora da cidade – ou mesmo do estado -, o alviverde sempre foi reconhecido pela capacidade de lapidar pedras preciosas e pratas da casa.

O trabalho com os jovens aspirantes a jogador de futebol é tão forte que mesmo atualmente, há mais de 30 anos desativado do profissionalismo, segue trabalhando com times de base e escolinha. Por meio de um projeto que tem aprovação do Ministério do Esporte para captação de recursos é realizado também um trabalho social, tirando crianças das ruas e proporcionando o esporte de maneira completamente gratuita, sendo o único clube de Brusque a conseguir isto.

As primeiras formações e apostas em jovens de Brusque foram dadas por Pedro Werner – que não tem relação com o nome da rua do Paysandú. “O seu Pedro foi um descobridor de talentos do futebol brusquense, o cara que mais revelou jogadores para o Paysandú”, explica o presidente do clube, Valdir Appel, que também foi revelado por Werner.

Quem também teve destaque nas últimas décadas ao resgatar as escolinhas do Paysandú foi Álvaro Bozzano, reconhecido desportista da cidade que atuou como árbitro por anos e faleceu em 2014.

Projeto social
Atualmente, Gerson Rodrigues, diretor de esportes do Paysandú, administra as equipes de base e o projeto da escolinha. Desde 2014, por meio da Lei do Incentivo ao Esporte, do Ministério dos Esporte, o alviverde consegue captar recursos do Imposto de Renda de empresas da região para investir no projeto. “Isso só foi possível porque temos um clube sem dívidas, e que pode participar de programas como este”.

Conforme explica Gerson, a escolinha, que é gratuita, oferece kit com uniforme completo, além de lanche e transporte quando o projeto precisa viajar. Quando algum dos garotos do projeto social se destaca, é encaminhado ao elenco de base, atualmente com equipes nas categorias Sub-11, Sub-13, Sub-15 e Sub-17. “Estas equipes participam de competições regionais e estaduais. Utilizamos também recursos de publicidade, nos muros do clube, para viajar às competições”.

Gerson entrou na diretoria do clube pelo trabalho realizado desde sua participação na Associação dos Pais e Amigos do Paysandú (Apap), já que seu filho jogava na base do clube. A partir daí tornou-se membro ativo das reuniões, e hoje trabalha na reestruturação do futebol de base.

Força da juventude

Na retomada da base paysanduana, por volta de 2002, os pódios começaram a surgir a partir de 2007. O elenco Pré-Mirim levantou a taça de vice-campeã da Associação Catarinense de Escolinhas de Futebol (Acef). A partir daí foi criada uma geração vencedora, sempre competitiva e que brigava por taças no município, na região e no estado.

Dentro da Acef, o time passou a ser figurinha carimbada nos quadros de campeão. Faturou o título em 2009 na Juvenil e, com a mesma categoria, foi vice em 2010. Em 2011, o time conquistou o bicampeonato da Acef. Seguiu levantando taças da competição regional até que também passou a competir na Liga Blumenauense. Frequentemente, atletas da base do Paysandú são cedidos ao Brusque Futebol Clube para disputar torneios das categorias inferiores. Atualmente o clube também conta com o futebol feminino.


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