Pesquisa mostra crescimento no número de prédios construídos em Brusque; veja os números

Somente neste ano foram lançados 12 empreendimentos verticais

Pesquisa mostra crescimento no número de prédios construídos em Brusque; veja os números

Somente neste ano foram lançados 12 empreendimentos verticais

O mercado da construção civil tem melhorado, conforme aponta uma pesquisa inédita encomendada pelo Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário (Sinduscon) de Brusque e realizada pela Brain Consultoria, de Curitiba, que desenvolve estudos para outras cidades do país que fazem parte da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção (Cdic), ligada à Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).

O presidente do Sinduscon, Ademir José Pereira, diz que o objetivo da pesquisa é traçar um perfil do mercado imobiliário na cidade, para colocar os empresários a par da realidade. A pesquisa, que resultou em um relatório de mais de 200 páginas, analisou diversos aspectos do setor, como o número de empreendimentos lançados, os valores de venda, as unidades em estoque, o perfil das unidades, entre outros.

Em dezembro, será lançada uma segunda pesquisa. “Vamos fazer uma avaliação entre os meses. Queremos ter uma exatidão de como está se comportando a construção civil nesse ano”, explica Pereira.

A intenção é que os empresários do ramo tenham uma análise completa do município. “É importante que eles analisem com bastante cuidado para que venham a se familiarizar com os dados apresentados pois esta foi a primeira de uma série que deve ser longa”, afirma o presidente.

Os interessados em ter acesso ao relatório completo da pesquisa devem entrar em contato com o Sinduscon pelo telefone (47) 3355-0557.

Análise

Para a análise, Brusque foi dividida em seis clusters, um termo que vem do inglês e remete à aglomeração. Confira a divisão:

Cluster 1: Centro 1, Centro 2 e São Luiz
Cluster 2: Bateas, São Pedro, São Leopoldo, Steffen e Santa Terezinha
Cluster 3: Santa Rita, Nova Brasília, Limeira, Poço Fundo e Ponta Russa
Cluster 4: Azambuja, Águas Claras, Thomaz Coelho, Santa Luzia e Zantão
Cluster 5: Rio Branco, Dom Joaquim, Cedro Alto, Paquetá e São Sebastião
Cluster 6: Guarani, Souza Cruz, Jardim Maluche e Loteamento Elis Silva

A pesquisa inclui dados específicos de população e moradia de cada um desses clusters, com informações levantadas tanto pela empresa que fez o relatório, quanto com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pereira explica que dessa forma os empresários podem verificar a necessidade de cada localidade e direcionar os investimentos conforme o potencial de cada lugar.

“É muito importante ter esse conhecimento porque a construção civil hoje está saindo do Centro. Hoje os focos são os bairros”, analisa o presidente.

Verticalização em ascensão

Do primeiro trimestre de 2016 ao segundo trimestre de 2019 foram lançados 20 empreendimentos verticais, em Brusque. Neste período, não houve lançamentos comerciais. Também foram lançados quatro empreendimentos horizontais. Estes lançamentos resultaram em 434 unidades verticais e 474 unidades horizontais.

Somente neste ano, o mercado imobiliário de Brusque lançou 12 empreendimentos verticais, totalizando 327 unidades. Esse é o maior número de apartamentos lançados no município desde 2013.

Esse número representa um crescimento no setor, que teve uma queda de unidades lançadas a partir do quarto trimestre de 2017 até o mesmo período em 2018.

Segundo dados do IBGE, de 2018, elaborados pela Brain, 85,6% dos domicílios em Brusque são casas e 14,4% são apartamentos. O cluster 1, a área central, se destaca pelo grande grau de verticalização. Em média 47,7% dos domicílios são apartamentos. Nos demais clusters, o grau varia de 4,7% a 13,9%.

Na avaliação de Pereira, a tendência é a verticalização da construção civil no município. “As tendências de mercado vão se modificando. Teve uma época que o pessoal só queria casa. Hoje o pessoal prefere mais apartamento. A cultura é diferente, é mais de viver verticalmente”, diz o presidente do Sinduscon.

Ele também diz que a busca por apartamentos acontece bastante por uma faixa etária acima de 50 anos, por questões de segurança. “O casal vai ficando sozinho e opta por apartamento. Acontece geralmente dos 50 pra cima”, comenta Pereira.

Projeção de domicílios 

Segundo dados do IBGE, elaborados pela Brain, a projeção de domicílios em Brusque vai de 50.815 em 2019 para 64.332 em 2024, o que representa um crescimento de 26,6%. Segundo o presidente do Sinduscon, essa informação vai ajudar os empresários a traçarem estratégias para cumprir a demanda do município.

De 2013 a 2019, foram lançados 47 empreendimentos em Brusque, totalizando 1.926 unidades.

No mercado residencial vertical, foram lançados 1.294 unidades e destes 345 ainda estão disponíveis para venda, ou seja, apenas 26,7%. Já no horizontal, foram lançadas 492 unidades e apenas 42 estão em oferta. Do mercado comercial vertical, foram lançadas 140 unidades e apenas 9 ainda estão disponíveis.

De 2018 até 2019 não houve lançamentos horizontais, apenas verticais. Neste período, foram lançadas 82% das unidades verticais mencionadas anteriormente.

Dos 40 empreendimentos verticais lançados, 16 ficam no cluster 1, o que a classifica como a área com maior concentração de empreendimentos em comercialização primária do município. Em segundo aparece o cluster 3, com nove empreendimentos lançados.

Com relação a venda, a área com mais unidades disponíveis é o cluster 4. Das 36 unidades lançadas, 19 ainda estão disponíveis. O cluster 5 se destaca em relação à menor disponibilidade da cidade, em média 16,3% dos lançamentos ainda estão a venda.

Segundo o presidente do Sinduscon, a pesquisa mostra que o mercado da construção civil está começando a “dar um respiro. “O setor imobiliário esteve parado muito tempo. Em 2019 tem mostrado um pequeno crescimento. A gente começa a acreditar que vai terminar um ano com crescimento, coisas que a gente não tinha visto mais”, diz Pereira.

Imóvel próprio é maioria

De acordo com dados do IBGE de 2018, elaborados pela Brain, a maior parte dos domicílios em Brusque são próprios. Dos 48.474 domicílios identificados em 2018, 68,1% são próprios, 25,7% são alugados e 6,2% são classificados como cedidos ou outra condição.

Segundo o presidente do Sinduscon, esse quadro é uma cultura do município. “A população brusquense é muito fiel às origens. A maioria tem casa própria e estão migrando para apartamentos de uns anos pra cá”, analisa.

 

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