Pista da Fenajeep recebe as primeiras provas de Gaiola Cross
Principais competidores da modalidade estrearam suas máquinas na 24ª edição do evento
As primeiras aceleradas oficiais na pista da 24ª Fenajeep foram dadas na tarde desta quinta-feira, 15. Centenas de pilotos que participam do Campeonato Brasileiro de Gaiola Cross exibiram suas performances. Os motores foram testados em seus limites, arrancando gritos e aplausos de uma recheada e participativa plateia. Espectadores, participantes e organizadores foram presenteados com um clima agradável e um belo sol.
Das 14h30 às 20h30, as gaiolas deram um show particular. Ao público, não faltaram momentos de adrenalina: teve precisão e velocidade, mas também tombos e capotamentos na pista ao lado do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, o pavilhão da Fenarreco. A Fenajeep é considerada o maior evento off-road da América Latina, e recebe dezenas de jipeiros das mais variadas partes do Brasil, além de países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile.
As provas do Gaiola Cross seguem até amanhã, com a última etapa realizada à noite, em uma novidade desta edição da Fenajeep. A partir de sexta, 16, inicia a primeira prova que envolve os jipes, com o Desafio Fenajeep. Amanhã, as máquinas voltam a entrar em ação com o Jeep Indoor e também a prova mais tradicional do evento: o rali de regularidade.
“Brusque é referência”
A ousadia na grandiosidade do evento permite que Brusque receba os principais jipeiros e gaioleiros do Brasil. Eles competem nas categorias Força Livre, em que há liberdade para apostar nos equipamentos que turbinam o veículo, e Aspirados, que têm mais restrição no que se pode investir para auxiliar na velocidade.
Envolvido há anos com a organização das provas nacionais, Luiz Carlos Tochetto, o Sukão Cronometragem, enalteceu o desafio realizado em Brusque. Para ele, é o mais alto nível em todos os aspectos para os jipeiros e donos de gaiolas. “É uma prova que atrai os principais pilotos por ser muito bem organizada. É uma referência para todos. Definitivamente é a maior da América Latina, e todos querem vencer as etapas competidas aqui”, diz.
Embora seja uma modalidade em que capotamentos são considerados acontecimentos naturais, o cuidado com a segurança nas provas da Fenajeep são redobrados. Um exemplo foi o reforço na iluminação das pistas, para que ela fosse capaz de alongar as provas – no sábado, por exemplo, o desafio começa a partir das 16h30 e vai até 21h. A aposta para revigorar a claridade durante a noite foi nas lâmpadas de xenon.
De espectador à piloto
Luiz Felipe Kloss, de Araucária (PR) cresceu junto com a Fenajeep. Atualmente com 21 anos, quandro criança ele acompanhava seu pai comandando um jipe e vencendo os obstáculos na pista de Brusque. Se apaixonou e, agora, pilota uma gaiola em busca das primeiras posições da categoria aspirados.
Este é o segundo ano de Kloss em Brusque. Segundo ele, os competidores locais têm vantagem, mas isso não desestimula o piloto. “Faz dois anos que comecei a andar, agora estou na ponta, tentando pegar os caras de Brusque aqui. Hoje está começando a prova, vamos ver o que vai dar até o encerramento. Galera daqui é forte, conhece mais os caminhos, mas vou dar o meu melhor”, explica o piloto. “Achei bacana a pista, foi um piloto o responsável pela elaboração, ela ficou boa e vai deixar os desafios bastante competitivos”, completa.
Um salão de oportunidades
Dentro do pavilhão a movimentação foi intensa durante a tarde de quinta-feira. Peças, acessórios e brindes relacionados ao mundo off-road foram comercializados. O que não faltaram, também, foram as fotos e ‘selfies’ registradas próximo aos jipes, que chamam a atenção no Salão Off-Road pelo tamanho avantajado e as cores em destaque. Crianças, jovens, adultos e idosos de todo o canto do Brasil aproveitaram o feriado para passear no espaço reservado aos amantes da velocidade.
Sobrou lugar também para quem apresentou atrações diferentes e alternativas, mas que não deixam de lado ligação com o automobilismo. É o caso de Alessandro Marsolik, que trouxe para Brusque um cobiçado conjunto de minaturas de veículos colecionáveis das mais variadas marcas. Algumas delas, inclusive, indisponíveis para vendas no Brasil.
Chamando a atenção não somente das crianças, mas também dos ‘grandinhos’, os artigos fizeram sucesso. “São clássicos, e a criançada não deixa de vir assim como os adultos. É barato, acessível, as pessoas podem ter a coleção de carrinhos. Eu sou um colecionador, e tive essa ideia de vender nas feiras porque as pessoas perguntam muito aonde podem encontrar artigos assim também”, afirma. Segundo ele, as vendas são robustas na Fenajeep. “Aqui sempre dá resultado. Conseguimos também aliar o trabalho com a satisfação de estar em um evento desse porte e prestigá-lo”, completa.
Quem também teve uma boa sacada e que fez sucesso na Fenajeep foi Ricardo Tissot. Proprietário de uma Land Rover e especializado em peças e acessórios para veículos da marca, ele desenvolveu um kit para suspender e fazer a manutenção específica, já que não havia ferramentas nesses moldes. “Fiz duas vendas aqui e já temos mais uma encomenda. Quem conhece a Land Rover compra, porque sabe que não tem isso em lugar nenhum. Fiz isso pela necessidade, precisei trocar um pneu e não achei no mercado nada para suspender o veículo”, explica.