Policiais desmentem boato sobre rapto de crianças para bruxaria em São João Batista

Histórias semelhantes têm surgido em outras cidades próximas, mas nunca houve nenhuma evidência ou denúncia formal

Policiais desmentem boato sobre rapto de crianças para bruxaria em São João Batista

Histórias semelhantes têm surgido em outras cidades próximas, mas nunca houve nenhuma evidência ou denúncia formal

Circulam no Whatsapp e em outros aplicativos de mensagens e redes sociais áudios sobre um suposto grupo de bruxos que captura crianças para executá-las em rituais satânicos em São João Batista e cidades próximas, algo que não passa de um boato sem fundamentos.

Em um dos áudios, se fala que as crianças são atraídas por promessas de doces e raptadas discretamente. É citada ainda uma suposta mutilação de uma mãe que se recusou a entregar o próprio filho em Itapema, e são feitos pedidos para que pais de crianças até 10 anos tenham “atenção redobrada”.

Também são compartilhadas imagens de um caso que nada tem a ver com a região, ocorrido em setembro de 2017 em Novo Hamburgo (RS), onde de fato foram realizadas investigações sobre a morte de duas crianças que apontavam o envolvimento de bruxaria.

O comandante da Polícia Militar em Nova Trento, subtenente Charles Rodrigues, trabalhou até meados de outubro como comandante em São João Batista, e explica que nada que está contido nos áudios procede. Os boatos se intensificaram na terceira semana do mês.

“Há aproximadamente 10 dias, uma senhora de São João Batista havia publicado em seu Facebook que pessoas em um carro teriam tentado sequestrar seu filho. No final do dia, foi esclarecido que não havia nada disso, e que o carro era de um amigo da família, que viu a criança do lado de fora do portão e pediu para que ela voltasse para dentro. Assim surgiu uma confusão. No dia seguinte, veio o áudio”, explica.

O subtenente também lembra que mentiras semelhantes surgiram na região Balneário Camboriú, o que exigiu uma nota de esclarecimento por parte do comandante do batalhão local. “Estas notícias falsas vêm e vão de acordo com a imaginação das pessoas. Aqui não houve absolutamente nada disso.”

O delegado de Polícia Civil de São João Batista, Vinícius Brandão, chegou a receber os áudios e reafirma que nenhuma ocorrência do tipo foi registrada.

Boatos do tipo acabaram ganhando força neste outubro, mês com o Dia das Bruxas, o Halloween, festividade popularizada pelos Estados Unidos nas últimas décadas. No início do mês, a imprensa do sul do estado desmentiu um boato semelhante, em que um grupo de pessoas estaria sacrificando crianças em rituais para entidades demoníacas no bairro São José, em Criciúma.

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