Por que o bairro Santa Terezinha tem área comunitária praticamente abandonada

Espaço era utilizada para reuniões, prática de esportes e atividades de lazer

Por que o bairro Santa Terezinha tem área comunitária praticamente abandonada

Espaço era utilizada para reuniões, prática de esportes e atividades de lazer

A dissolução da Associação de Moradores do bairro Santa Terezinha, há pouco mais de quatro anos, reduziu o uso do Centro Desportivo Celso Imianosky e da área verde do bairro. O local é considerado um dos maiores espaços comunitários da cidade e recebia reuniões, atividades voltadas à saúde e à prática esportiva.

O acesso à área com mais de 6,2 mil metros quadrados é liberado, em função da Academia da Saúde. Ela foi a primeira instalada no município, ainda em 2013. Hoje, os equipamentos para ginástica são os únicos atrativos aos visitantes.

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Em diferentes pontos do espaço, é possível constatar sinais de vandalismo, como pichações e sinais de queimadas. Moradores do entorno relatam que os atos ocorrem durante a noite e há consumo de drogas no local.

A área foi construída após ser cedida por Celso Imianosky, que dá nome ao centro desportivo. O acordo que permitiu o uso comunitário exige que o local seja utilizado para a prática de esportes. Além de atividades voltadas à área, o espaço abriga a sede da Associação de Moradores do bairro Santa Terezinha, inativa por falta de chapas inscritas para assumir a diretoria.

Projetos adiados
Era na sede que a entidade recebia eventos e reuniões periódicas de representantes do bairro. Quando já estava inativo, o prédio foi interditado depois de uma vistoria indicar problemas na estrutura do telhado. O galpão, o prédio e a infraestrutura em geral chegaram a receber investimentos próximos de R$ 60 mil, arrecadados com as ações comunitárias.

Até o encerramento das atividades, o espaço era gerido pela associação. Agnaldo Lopes, 44 anos, presidiu a entidade na época e acompanhou as tentativas de sensibilizar a comunidade para continuidade dos trabalhos desenvolvidos.

Sem sucesso nas tentativas, o antigo campo de futebol de areia foi coberto pela vegetação e a estrutura foi desativada para evitar atritos com os vizinhos do espaço. Os prédios existentes estão inoperantes e a construção de novos banheiros foi abandonada sem ser finalizada. Mesmo antes de encerrar as atividades, mesas, bancos e parte dos materiais utilizados pela entidade foram furtados.

Para ele, a situação de abandono dificulta uma retomada do uso do espaço. O motivo é a falta dos recursos necessários para deixar o local em condições para receber eventos ou atividades esportivas.

Baixa participação
A área verde já havia passado por situação de abandono antes da associação ser instituída. Para limpar o espaço foram necessários dois dias de trabalho de equipes mobilizadas da prefeitura. O local também exigiu aterramentos antes da construção do galpão que seria a sede da entidade.

Para viabilizar as melhorias na área e investir no espaço, a associação chegou a organizar até cinco eventos por ano. As atividades, segundo Lopes, eram de pequeno porte. Nas programações com maior movimento era possível reverter R$ 5 mil por edição.

Apesar do engajamento da diretoria, as reuniões recebiam baixo público. O fato é indicado como um dos principais motivos para interromper os trabalhos, além dos atos de vandalismo.

No máximo, lembra, os encontros reuniram pouco mais de 20 pessoas, quando a direção se mobilizou com carros de som, convidando para os debates. De acordo com ele, o panorama acabou desanimando o grupo. “Cheguei a fazer reunião com seis pessoas, em um bairro com mais de 10 mil habitantes.”

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Demanda local
O baixo engajamento também se refletia nas dificuldades para renovar a direção da entidade. Após o mandato de dois anos, Lopes seguiu à frente do grupo por mais dois anos, por não conseguir formar uma nova chapa para dar sequência aos trabalhos. Segundo ele, a reorganização chegou a ser cogitada por moradores do entorno, mas o histórico e as dificuldades para reestruturar o local acabam afastando os interessados.

Morador do bairro, Norival Floriani, 61 anos, acompanhou o surgimento e o declínio da estrutura da área verde. Pela proximidade, lembra dos projetos que havia para a área, como a instalação de uma quadra coberta, que não chegou a ser implantada pelo apoio reduzido da comunidade e poder público.

“Foram feitas muitas atividades ao longo de todos esses anos. Tinha campo de futebol, playground, quadra de vôlei. Mas, com o tempo, as coisas foram se acabando, sem manutenção”, lembra.

Segundo ele, na época, o projeto de criação do espaço atendia um anseio da comunidade. Uma possível reorganização da entidade, indica, poderia dar uma nova atenção ao espaço, mas seria preciso o estabelecimento de parcerias.

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