Porque o Brusque terá de pagar R$ 110 mil a atleta que nem jogou pelo clube

Zagueiro Gustavo Lazzaretti fez acordo em processo que diretoria do clube desconhecia

Porque o Brusque terá de pagar R$ 110 mil a atleta que nem jogou pelo clube

Zagueiro Gustavo Lazzaretti fez acordo em processo que diretoria do clube desconhecia

Os cofres já combalidos do Brusque Futebol Clube terão que ser recorridos novamente, desta vez para pagar a indenização de um atleta que sequer entrou em campo para uma partida oficial do quadricolor – e, para complicar mais ainda o caso, a diretoria não sabia do processo.

Gustavo Lazzaretti, zagueiro que havia sido contratado para disputa do Campeonato Catarinense 2017, entrou com processo após não concordar com sua dispensa ainda na fase de preparação do time, antes da estreia. A equipe jurídica nomeada pelo quadricolor para atuar no caso aceitou acordo de pagamento de R$ 110 mil pela ação sem conhecimento da diretoria.

Lazzaretti e sua defesa alegaram no processo que, durante um jogo-treino, ele sofreu uma lesão e, em face da demora que levaria para a recuperação do atleta o clube o dispensou. O advogado do zagueiro, Filipe Rino, explicou que não havia um contrato formal, mas sim verbal, o que na visão da defesa já valia para que fosse considerado vínculo empregatício – de acordo com o Código Civil e a lei 9.615/98 o clube de futebol tem reponsabilidade pela lesão de seus jogadores e precisa arcar com desepesas médicas até o tratamento completo.

Segundo Rino, o pedido inicial havia sido de R$ 230 mil, mas a defesa do Brusque chegou a um acordo. Para o advogado de Lazzaretti, fez-se justiça. “Nós não teríamos acatado este acordo se eu não sentisse que o atleta sairia beneficiado e compensado pelo equívoco do clube”, explica.

O presidente oficial do Brusque, Célio Francisco de Camargo – ainda não houve eleição para homologar Danilo Rezini no cargo -, não tinha conhecimento de que o acordo havia sido fechado. O Brusque contrata os serviços do escritório Nemetz e Kuhnen, de Blumenau, para toda a representação jurídica. Procurada pela reportagem, a equipe do escritório preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Após se inteirar sobre o assunto, Camargo afirmou que o acordo foi efetivamente firmado por advogado que faz parte do escritório que cuida do jurídico do Brusque. O presidente do clube diz que o advogado responsável se reuniu com a diretoria e explicou que uma perícia foi realizada e o time corria sério risco de ser condenado em mais de R$ 200 mil.

Camargo afirma que o Brusque não reconhece o acordo, que ainda não foi homologado, e por isso pode ser suspenso. “O cidadão ficou uma semana aqui, fez dois treinos e por problemas físicos foi dispensado. Vamos até o fim do processo, sabendo do risco por se tratar da Justiça do Trabalho brasileira”, diz.

“Se, eventualmente, o clube for condenado a pagar importância expressiva para um atleta que não foi oficialmente contratado, o absurdo dos absurdos estará consumado. Não é possível ser conivente com uma situação dessas. Não compactuaremos com tal extorsão, mesmo que isso nos cause prejuízos ainda maiores”, completa.

 

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