A família Venturini, moradora do São Pedro, vive uma realidade cada vez mais comum em Brusque: uma casa cheia de veículos. Os seis moradores, juntos, têm quatro carros. Três dos veículos saem da garagem todos os dias. Eles são unânimes ao explicarem o porquê: as poucas opções de linhas de ônibus e os horários conflitantes de trabalho entre os integrantes.

A laboratorista química Mariana Venturini, 21 anos, usa o seu HB20 marrom para se deslocar até o Steffen. O pai, o soldador de serraria Adalberto Venturini, 52, vai para o trabalho com o Stilo preto. O irmão, o pintor de serraria Maurício Venturini, 25, utiliza o HB20 branco. Ambos os homens trabalham no bairro que moram. Já o avô Luiz Fantini, 78, sai menos de casa. Usa a sua Brasília branca, de 1978, para ir às missas e até a casa de praia, especialmente aos fins de semana.

Daiane Benso

O conforto do carro também é fator importante. Como os familiares não fazem a mesma rota e têm horários de trabalho diferentes, causaria transtornos à rotina. “Mesmo com meu pai e o meu irmão trabalhando mais perto, precisam ir de carro, pois há poucas opções de ônibus”, diz Mariana. Para ela, caso o transporte público fosse mais eficiente, a família poderia optar por utilizá-lo.

Os três integrantes da família que usam carro diariamente gastam, em média, mais de R$ 160 por mês somente em combustível. A mãe de Mariana, Jusiane Fantini Venturini, 47, acaba usando menos os carros porque tem uma confecção em casa, porém, quando precisa, geralmente usa a Brasília do seu Luiz. “O carro acaba nos dando independência”, diz.

Para Adalberto, cada um ter o seu próprio carro é uma necessidade. “A Mariana tem o emprego dela, o Mauricio o dele e eu o meu. Não tem nenhum transporte para nos levar, por isso fomos obrigados a comprar estes veículos para ter o nosso ganha pão”, afirma.