Preço do botijão de gás de cozinha deve chegar a R$ 60

Nos estabelecimentos pesquisados pelo Município Dia a Dia, o preço aumentará, pelo menos, R$ 10 nos próximos dias

Preço do botijão de gás de cozinha deve chegar a R$ 60

Nos estabelecimentos pesquisados pelo Município Dia a Dia, o preço aumentará, pelo menos, R$ 10 nos próximos dias

Dona Alzira Rachinski coçou a cabeça em sinal de preocupação quando soube do aumento anunciado pelo governo federal sobre o gás de cozinha. A Petrobras informou no início da semana que aumentaria o preço do botijão de 13kg de uso residencial em cerca de 15%. O acréscimo, segundo fornecedores de gás de Brusque, deverá se repassado quase que imediatamente ao consumidor final, assim que novos carregamentos chegarem.

Há três meses, Alzira já havia sofrido com a crise quando foi demitida do seu trabalho. “Eu trabalhava em uma casa de família, um dia, me chamaram e explicaram que estava difícil de manter. Então fui demitida”, afirma. Hoje ela está desempregada e depende dos rendimentos do marido, que é aposentado.

A senhora diz que utiliza um botijão de gás por mês para fazer comida para ela, o marido e a filha. O aumento anunciado, na visão dela, pesará no bolso. “Um aumento desse tamanho é muita coisa, ainda mais para quem está desempregada”, lamenta. Sem trabalho há meses, Alzira é um alvo frágil para as oscilações do mercado que estão acontecendo no momento. Por exemplo, ela reclama do aumento na conta de luz, aplicado recentemente; também foi afetada diretamente pelo acréscimo da gasolina, que aconteceu no início do ano.

Não bastasse os preços subindo – a inflação oficial acumulada dos últimos 12 até julho (dado mais recente) é de 9,56% -, Alzira diz que também sofre para encontrar trabalho. Como o Município Dia a Dia noticiou nesta semana, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a geração de postos de trabalho na cidade fechou julho no negativo, com quase 400 empregos extintos.
Aumentos consecutivos

Com todas estas dificuldades, quando dona Alzira soube que o preço do botijão que hoje está R$ 48 nos estabelecimentos consultados pela reportagem dará um salto para perto dos R$ 60, lamentou. Mas não é apenas o cidadão comum que reclama, os empresários do setor de gás também relatam dificuldades, como Matias Boeger, proprietário da Matias Gás, que fica no bairro Santa Terezinha.

“O nosso custo de operação tem aumentado muito, tem que pagar contador, funcionário, alvará, combustível. É muita coisa”, diz Boeger. Ele vendia um botijão de gás de cozinha por R$ 48 e agora reajustou o valor em R$ 60.

A situação repete-se na Azus Gás, que fica no Dom Joaquim, conforme uma das donas do estabelecimento, Clarilene de Souza. “Acredito que o novo preço vá ficar entre R$ 58 e R$ 60 [o atual é R$ 48], menos que isso não tem como vender”, avalia. Segundo ela, o estoque comprado no valor antigo deverá ser vendido até o fim de semana, com isso, o aumento será repassado ao consumidor final.

Rosana dos Santos, proprietária da Limeira Gás, diz que ainda será avaliado o valor do reajuste, mas que o novo preço unitário do gás de cozinha irá oscilar entre R$ 55 e R$ 57.

O motivo destes aumentos expressivos não é apenas o aumento anunciado pela Petrobras, mas também as companhias que fornecem para estes estabelecimentos. A Minasgás, Ultragás e a Nacional Gás, por exemplo, recentemente subiram o custo do produto em patamares próximos de 10%. Ao todo, Boeger, da Matias Gás, calcula que o acréscimo foi de 25%.

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