Assistência Social responde negativamente ao recebimento de venezuelanos de Brusque

Assistência Social argumentou que não tem como absorver a demanda de serviços públicos

Assistência Social responde negativamente ao recebimento de venezuelanos de Brusque

Assistência Social argumentou que não tem como absorver a demanda de serviços públicos

A Secretaria de Assistência Social de Brusque respondeu à Secretaria de Estado da área que não tem condições de receber venezuelanos. O estado consultou o município se poderia acolher alguma quantidade de imigrantes para contribuir com a integração deles à sociedade.

“Respondemos que não seria o momento mais apropriado em função dos poucos recursos”, explica o secretário de Assistência Social, Deivis da Silva. Segundo ele, os parcos recursos já são consumidos para atender a demanda do município.

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Silva diz que a verba da pasta está destinada para ações como o aluguel social e também para a construção e instalação do albergue municipal. Não existe recurso sobrando para ampliar os serviços também para os venezuelanos.

O secretário avalia que a vinda de imigrantes acarretaria em mais serviço para a prefeitura. A fila por vaga em creche, por exemplo, é grande. “Se vierem com filhos, já não tem creche”, diz Silva.

Apesar da negativa, a prefeitura não rechaçou totalmente. “Não seria o momento mais apropriado, mas não fechamos totalmente a porta, até porque é uma situação humanitária”, afirma o secretário.

Além de Brusque, Florianópolis, Chapecó, Tubarão, Criciúma, Blumenau, Balneário Camboriú, Lontras, Palhoça, Garuva, Canoinhas, Jaraguá do Sul e Joinville também não aceitaram receber os venezuelanos.

Interiorização
O envio de imigrantes venezuelanos para as cidades do interior do país é um plano do governo federal para tentar minimizar os efeitos da imigração na região Norte do país.

A Casa Civil oferece R$ 400 por mês de ajuda de custo para cada venezuelano acolhido. O programa de interiorização dos imigrantes começou em janeiro e já foram acolhidos 690 refugiados em São Paulo, Cuiabá, Manaus, Rio de Janeiro, Conde (PB) e Igarassu (PE).

A crise de imigração no Norte do Brasil fez a Prefeitura de Belém (PA) decretar situação de emergência nesta semana. Outras cidades também tomaram a mesma atitude devido ao fluxo constante de venezuelanos em busca de refúgio.

24 mil imigrantes
Até junho deste ano, 24.356 venezuelanos pediram refúgio no Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça, o que representa um crescimento de 26,6% em relação ao ano anterior. Apenas em Roraima, principal acesso dessa população ao país, foram registrados 18.374 pedidos de refúgio no primeiro semestre deste ano, número maior do que o total de pedidos em todo o país registrados em 2017, um total de 17.865.

O segundo estado que recebeu o maior número de pedidos de refúgio de venezuelanos no primeiro semestre deste ano foi o Amazonas com 4.918 pedidos, seguido por São Paulo (287), Ceará (226) e Rio de Janeiro (91).

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A região Norte do país é a que concentra o maior número de pedidos, com 23.428, seguida por Sudeste (407), Nordeste (267), Sul (153) e Centro Oeste (101).

Até julho de 2017, estimava-se que havia cerca 30 mil venezuelanos no Brasil em situações migratórias diversas ou em situação irregular. O número de pedidos de refúgio no Brasil começou a aumentar em 2013, com 43 pedidos, e tem crescido anualmente. Em 2014 foram 201 pedidos, em 2015 foram 822 e em 2016 foram 3.375.

Haitianos
A segunda população com maior número de pedidos de refúgio no Brasil no primeiro semestre deste ano é a haitiana, com 2.484 pedidos, número maior que o total de pedidos realizados em 2017, um total de 2.362. A migração vinda deste país onde o Brasil manteve uma missão de paz por treze anos, encerrada em outubro do ano passado, atingiu seu ápice em 2014, com 16.779 pedidos de refúgio. Nos anos seguintes houve uma diminuição desses pedidos, com 14.465 em 2015 e apenas 646 em 2016, mas voltou a crescer em 2017.

O maior número de pedidos de refúgio por parte dos haitianos no Brasil no primeiro semestre deste ano foi registrado em São Paulo com 863 pedidos, seguido por Santa Catarina (578), Rio Grande do Sul (281), Paraná (246) e Amazonas (153). A região Sul concentrou o maior número de pedidos com 1105, seguida por Norte (391), Sudeste (785) e Centro Oeste (202).

Com informações da Agência Brasil

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