Prefeitura estuda modelo de Parceria Público-Privada para o pavilhão da Fenarreco

Investimentos necessários para reforma e ampliação chegam à casa dos R$ 10 milhões

Prefeitura estuda modelo de Parceria Público-Privada para o pavilhão da Fenarreco

Investimentos necessários para reforma e ampliação chegam à casa dos R$ 10 milhões

O pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof deverá receber injeção de dinheiro da iniciativa privada. Sem verba em caixa para grandes investimentos, a Prefeitura de Brusque pretende fazer uma Parceria Público-Privada (PPP) para melhorar a infraestrutura do centro de eventos.

De acordo com o vice-prefeito Ari Vequi, a prefeitura não tem como construir, ampliar e reformar o que já existe no pavilhão sozinha. O Comitê Gestor estuda se o modelo a ser adotado será uma concessão total do espaço ou a inclusão de investimentos na licitação da cervejaria oficial.

Segundo Vequi, o pavilhão carece de mais infraestrutura para poder receber melhor os visitantes. Os turistas têm ficado cada vez mais exigentes, portanto, é preciso ter um bom pavilhão com uma boa festa para recebê-los, na avaliação do vice-prefeito.

“Nós queremos desenvolver o turismo”, resume Vequi. Ele avalia que cada vez mais os setores de turismo e de serviços serão importantes para a cidade. Isso valerá tanto para a arrecadação com impostos quanto para a geração de empregos.

Brusque está atrás de cidades da região nesse quesito. Mas, segundo o vice-prefeito, a equipe da prefeitura estuda qual é o melhor modelo para injetar dinheiro no centro de eventos. “Não estamos aproveitando o potencial que o pavilhão tem.”

Ainda que o modelo de PPP não esteja definido, o que há de concreto é que a prefeitura já decidiu por uma parceria com a iniciativa privada. O investimento para construir um novo espaço e reformar o que já existe é alto: R$ 10 milhões, segundo estimativa do município.

Vequi avalia que o pavilhão atual precisa de melhorias para os eventos já tradicionais. A climatização, por exemplo, tem sido solicitada por promotores de eventos.

PPP com cervejaria
O contrato com a Germânia encerra-se neste ano. Por isso, até o fim do ano, a prefeitura deverá lançar uma nova licitação para a escolha da cervejaria oficial da Fenarreco.

Em Blumenau, a prefeitura aproveitou a licitação da cervejaria da Oktoberfest para incluir nas exigências do edital a construção de um novo pavilhão. Por lá, o resultado foi exitoso.

A prefeitura tem estudado como foi feito em Blumenau e considera se basear na cidade vizinha. “O modelo de Blumenau é bom”, declara o vice-prefeito de Brusque.

Neste caso, o edital para a cervejaria oficial da Fenarreco conterá a exigência de que os investimentos sejam feitos pela vencedora. “Em troca, a empresa poderá vender o chope o ano inteiro, não só na Fenarreco”, afirma Vequi.

Com os investimentos, a expectativa é que mais pessoas frequentem a praça de alimentação e, com isso, gire mais dinheiro. Além de Blumenau, a prefeitura também estudou o modelo de Balneário Camboriú.

Concessão total
Outra possibilidade ainda sob análise do Comitê Gestor é a concessão por completo do pavilhão. Neste cenário, a empresa vencedora ficaria responsável por toda a gestão, contratação de pessoal, limpeza, reparos e manutenções emergenciais.

A prefeitura teria algumas datas por ano reservadas, como para a Fenarreco e outros eventos municipais. Já os eventos particulares seriam negociados diretamente entre concessionário e promotor.

Vequi afirma que esse modelo tem como principal vantagem o fato de a prefeitura não ter mais prejuízos com as manutenções. Funcionários que hoje atuam no pavilhão também poderiam ser remanejados.

PPP do pavilhão faz parte de pacote maior

De acordo com Ari Vequi, a Prefeitura de Brusque quer realizar uma série de PPP e concessões. Ele avalia que o poder público não tem como investir a contento em áreas não-prioritárias.

Para o vice, exemplo de que o poder público não consegue dar conta da demanda é o Zoobotânico. A estrutura tem dado prejuízos há anos, e o teleférico que funciona no local está desativado.

A parceria da iniciativa privada para o pavilhão é apenas uma das que estão no horizonte. Segundo o vice-prefeito, há intenção de lançar um edital em separado para uma concessão de lanchonete no parque das Esculturas.

Estão na lista também o teleférico do Zoo, a Cachoeira do Merico e outras áreas públicas a serem estudadas. De acordo com Vequi, há até interesse em conceder a Arena Brusque, mas é uma situação mais difícil de encontrar interessados.

Em Blumenau, iniciativa privada construiu pavilhão moderno

Brusque tenta adaptar à sua realidade a parceria entre público e privado que foi feita em Blumenau, em 2014.  Foi quando a prefeitura lançou o edital para escolher a cervejaria oficial da Oktoberfest.

Eisenbahn Biergarten tem 4,5 mil metros quadrados de área | Foto: Jaime Batista da Silva/Especial

Segundo Ricardo Stodieck, presidente do parque Vila Germânica e secretário de Turismo de Blumenau, via-se a necessidade de expandir o espaço para a festa – uma das maiores da América do Sul.

A Prefeitura de Blumenau, por meio da autarquia Vila Germânica, encontrou a solução ao incluir no edital o naming rights para o setor 4, que seria construído pela vendedora.

A Brasil Kirin, dona da Eisenbahn, venceu a licitação para ser a cervejaria oficial da Oktober até 2020. Também ganhou o direito de nomear o setor 4 da Vila, onde tem exclusividade de consumo.

A prefeitura elaborou o anteprojeto de engenharia para o novo setor e a empresa executou a obra. Em cinco meses, o Eisenbahn Biergarten – com 4,5 mil metros quadrados – foi erguido.

Segundo Stodieck, a cervejaria alocou cerca de R$ 12 milhões na obra. O pavilhão é moderno, conta com camarins para shows e três conjuntos de cozinha, já que a vocação do espaço é para a gastronomia.

“Foi uma decisão muito acertada porque a Prefeitura de Blumenau não teria condições de alocar recursos para esta obra. E outra, é o pavilhão com maior taxa de ocupação durante o ano. É voltado para a gastronomia, é muito bom”, afirma o presidente.

De acordo com Ricardo Stodieck, a prefeitura pretende lançar novamente o edital de naming rights em 2020, junto com a licitação da Oktober. O objetivo é conseguir mais investimentos para o parque.

Modelo de Brusque
Em Brusque, a prefeitura deve lançar uma concessão – diferente dos naming rights feitos em Blumenau. Para Stodieck, nome reconhecido nacionalmente na gestão em Turismo, é uma boa alternativa para modernizar o pavilhão da Fenarreco.

“Cabe bom aprofundamento ao modelo de Brusque, seguramente o pavilhão pode ser melhorado, e se o setor privado puder ajudar nisso pode ser uma boa alternativa. Com tantas demandas para Saúde, Educação e outras, o poder público tem dificuldade de investimentos e manutenção”, diz o presidente da Vila Germânica.

O ponto principal para o sucesso de uma licitação como essa, na avaliação de Stodieck, é o potencial de retorno à empresa. Blumenau tem mais facilidade porque conta com a Oktoberfest, que tem grande apelo comercial e de marketing.

Stodieck diz que também é fundamental que haja rotatividade dentro do parque. A Vila Germânica tem taxa de ocupação de eventos de 150 dias por ano.

Esse volume faz com que mais pessoas frequentem o Biergarten e, assim, tenha retorno à cervejaria. Para Stodieck, Brusque deve seguir no mesmo caminho.

“Carrega muito a importância dos eventos, como  a Fenarreco e a Fenajeep, são eventos muito bons. Talvez tenha que aumentar o número de eventos para ter rotatividade e movimentação financeira”, avalia Stodieck.

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