Presidente do Samae fala sobre implantação da ETA no bairro Cristalina em reunião da ACIBr
Roberto Bolognini apresentou o trabalho que vem sendo executado à frente da autarquia
O presidente do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque, Roberto Bolognini, participou da reunião de diretoria da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr), na noite desta segunda-feira, 14. O objetivo do encontro era apresentar o trabalho que vem sendo executado à frente da autarquia e o projeto de implantação da Estação de Tratamento de Água (ETA) no bairro Cristalina.
“O Samae vive momentos difíceis. Não há tratamento de esgoto em Brusque e esta é uma competência da prefeitura que, muito em breve, será nossa. Ainda vivemos a fase de projetos que precisam ser adaptados. É o caso da rede de manilhas, que não leva nada para lugar algum”, aponta o presidente do Samae.
O engenheiro também fez questão de falar sobre a instalação do novo reservatório no Parque Leopoldo Moritz. “À noite, quando as pessoas estão dormindo, as bombas eram desligadas até as 2h. Hoje, as bombas trabalham 24 horas. Esse tempo ocioso agora serve para a produção e o acúmulo de água que abastece o Centro da cidade”, afirma Betinho.
Entre as principais dificuldades enfrentadas pela autarquia está o abastecimento das regiões mais altas. Com a ocupação dos morros, a rede de água estoura com mais frequência devido à pressão acima da capacidade. Além disso, em horários de pico de consumo, é possível ser registrada a falta de água nestas localidades. “Hoje já fazemos o balanço hídrico: se sobra em uma região, procuramos bombear o excesso para outra. Cada vez estamos mais nivelados entre a produção e a demanda”, pontua o presidente do Samae.
Segundo Betinho, a autarquia perdeu ao longo dos anos os seus grandes consumidores, que passaram a utilizar a prática da perfuração de poço profundo. Como o Samae não oferece a regularidade de abastecimento, às empresas ficavam sujeitas à falta de água que, por sua vez, comprometia a produção. “Para resolver isso estamos fazendo gestão e investindo em pequenos trabalhos de melhorias que, somados, vão nos trazer um bom resultado no final. Mas a solução definitiva é a ETA da Cristalina, uma promessa política da atual administração e que será entregue até 2021”, observa Betinho.
ETA na Cristalina
Com um projeto que já tem viabilidade hídrica, a implantação da ETA no bairro Cristalina permite a projeção do abastecimento de água pelos próximos 30 anos. A obra vai beneficiar áreas deficitárias, reduzir custos de energia na adução de água tratada e reduzir, inclusive, o número de Estações, hoje constituídas nos bairros Limeira, Volta Grande, Dom Joaquim, Ribeirão do Mafra, Santa Luzia, Zantão e Bateas.
“Dependemos do rio e somos vulneráveis por conta das enchentes. A mudança climática, consequência do Efeito Estufa, nos faz esperar sempre por uma enchente pior e isso põe em risco o abastecimento de toda a cidade. A estratégia até então era de usar mananciais afastados, com água de qualidade. Mas essa solução é cara e ainda temos o compromisso com o meio-ambiente”, explica Betinho.
O projeto de implantação da ETA no bairro Cristalina é dividido em dois módulos. O primeiro deve ser entregue até 2021 e terá uma abrangência de abastecimento até 2028. Já o segundo módulo começa a ser executado a partir de 2021, para trazer uma autonomia de abastecimento até 2050, totalizando a vazão de 400 litros por segundo, capaz de atender um incremento populacional de 125 mil habitantes.
Em Cristalina deverá ser construída uma Estação de Tratamento Convencional, capaz de tratar grandes volumes de água com alto teor de turbidez. Uma Estação de Tratamento de Efluente (ETE) também está prevista no projeto, que fica 11 quilômetros distante da ETA Central. Viabilizada com recursos próprios, a obra deve custar cerca de R$ 45 milhões.
O vice-presidente da ACIBr, Ivan Luiz Tridapalli, presidiu a reunião de diretoria da entidade e classificou como positivo o encontro com o presidente do Samae. “A avaliação é positiva no que diz respeito ao futuro, já que hoje a situação ainda é preocupante, com a produção de água no limite do que é consumido. Queremos trazer o Betinho outras vezes aqui para falar também sobre saneamento básico e coleta de lixo”, avalia o vice-presidente da ACIBr.