Preso na Operação Opus tentou subornar agente público em troca de informações

Ação foi monitorada pela polícia e acusado chegou a fazer depósito de R$ 1,5 mil

Preso na Operação Opus tentou subornar agente público em troca de informações

Ação foi monitorada pela polícia e acusado chegou a fazer depósito de R$ 1,5 mil

Durante a audiência de instrução de julgamento dos 20 réus acusados de integrarem organização criminosa na região de Brusque e em outras do estado, realizada na segunda-feira, 26, na Vara Criminal de Brusque, novos fatos da investigação, que durou cinco meses, foram trazidos à tona.

Um deles foi durante o interrogatório do delegado da Polícia Civil de Brusque, Alex Bonfim Reis, que, ao ser questionado pela promotora de Justiça Susana Perín Carnaúba, confirmou que um dos membros da organização chegou a oferecer propina a agente público, chegando a efetuar um depósito inicial de R$ 1,5 mil.

De acordo com o depoimento do delegado, e informações obtidas por O Município junto à petição inicial da denúncia apresentada pelo Ministério Público à Justiça, que tramita sem sigilo, “a investigação policial trouxe aos autos provas concretas do cometimento do crime de corrupção ativa”.

Segundo a denúncia, um dos membros da organização ofertou vantagem econômica a um funcionário público do sistema de segurança pública, para que ele omitisse ou retardasse atos contra os membros do grupo.

Na prática, o acusado queria, com o suborno, que o agente deixasse de investigar a facção, omitisse informações, indícios e provas acerca dos crimes por ele cometidos, e seus comparsas.

Também foi proposto que, com o suborno, o agente público não “daria atraques” nos pontos de venda de drogas coordenados pelo grupo, e ainda deveria informar quando isso ocorresse, a fim de possibilitar tempo para eventuais fugas.

A ação do agente público era de conhecimento dos investigadores da Polícia Civil, que monitorou todas as conversas, culminando com o depósito de R$ 1,5 mil na conta indicada.

“Ressalta-se que a ação do funcionário público estava sendo monitorada e estava em consonância com a investigação que já vinha sendo desenvolvida”, destaca a promotora Susana, no texto em que oferece denúncia contra os acusados.

Para isso, foi obtida junto ao poder Judiciário uma autorização de infiltração de agente, ainda em 2017. Nesse caso específico, com objetivo de se obter provas de ato de corrupção ativa, ele deu o aceite para o depósito do dinheiro em sua conta.

O denunciado, assim como outros 16 réus da ação judicial, encontra-se preso em Joinville. Há denunciados também nas penitenciárias de Brusque e de Criciúma. A audiência realizada nesta segunda-feira foi a primeira relacionada à Operação Opus, deflagrada em agosto do ano passado, que visa desmantelar uma organização criminosa responsável por tráfico de drogas.

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