Produção de lixo reciclado cresce 24% em cinco anos em São João Batista

Volume, no entanto, ainda representa apenas um quinto do total de lixo produzido no município

Produção de lixo reciclado cresce 24% em cinco anos em São João Batista

Volume, no entanto, ainda representa apenas um quinto do total de lixo produzido no município

Nos últimos cinco anos, o volume de lixo comum produzido em São João Batista aumentou 14,3%, chegando a 8,4 toneladas em 2018, de acordo com dados fornecidos pela prefeitura. No mesmo período, por sua vez, o lixo reciclável recolhido no município aumentou 24,8%, o que revela uma maior conscientização da população para a necessidade de reciclagem.

Um exemplo dessa conscientização é na casa de Delaine Monize Til, 24 anos, onde a separação do lixo faz parte da rotina da família há alguns anos. Dentro de casa, duas lixeiras são destinadas ao lixo orgânico e reciclado. Nos fundos do quintal, dois latões maiores também auxiliam no processo.

Além dos materiais que vão para as lixeiras, Delaine e a madrasta Jurema Maria Lermen, 42, colocam os restos de comida para as galinhas. Já os vidros quebrados são enrolados em jornais para só então depositarem na lixeira. “Temos todo esse cuidado, porque é muito perigoso para quem recolhe”, diz.

O óleo de cozinha também tem tratamento especial. Ele é depositado em garrafas pets. Em seguida, Jurema contata o Serviço de Infraestrutura, Saneamento e Abastecimento de Água Municipal (Sisam) para o recolhimento e descarte correto.

“Acredito que esse costume nosso em separar o lixo só faz bem ao meio ambiente e ainda ajuda quem trabalha com isso, no caso, os garis”, comenta a professora de educação física, Delaine.

Ela ressalta que se sente angustiada quando vai na casa de alguém e percebe que não é feita a separação correta. “É tão simples. Basta ter duas lixeiras e separar o reciclado do orgânico. Nós, seres humanos, produzimos tanto lixo, mas se cada um fizesse sua parte, seria muito diferente”, diz.

Além da separação do lixo, Delaine e Jurema reaproveitam diversas embalagens, como caixas de leite para fazer gelo, potes, isopores de marmitas, e os vidros de conservas que são doados. “Acredito que a questão de separação de lixo vai muito da educação de cada um. As pessoas precisam pensar mais no outro também”, avalia Delaine.

Miriany Farias

Mais reciclagem é necessária
Apesar do exemplo dado pela família da professora, em São João Batista parte da população ainda é resistente à separação correta do lixo. Enquanto foram produzidas 8,4 toneladas do lixo comum em 2018, o lixo reciclado, embora tenha aumentado, chegou a apenas 1,7 tonelada no ano passado, ou seja, apenas um quinto do total produzido.

A grande produção de lixo no município afeta diretamente a vida útil do aterro sanitário, pois o volume hoje é maior do que o que foi estimado quando o espaço foi projetado.

O município conta com um aterro sanitário em uma área de 9,3 hectares, utilizada com as células de lixo e sistema de tratamento e chorume por meio de três lagoas. Além disso, o espaço ainda conta com uma área coberta e instalações como guarita, galpão e ruas de 30 mil metros quadrados.

“A vida útil do aterro com a área existente é de mais três anos com a possibilidade de aquisição do terreno adjacente. Dependendo da área negociada pode se estender por mais 20 anos”, informa a diretora do Sisam, Andreia Costa Azevedo.

Com o aumento da produção de lixo no município, ela ressalta a importância de a coleta seletiva ser realizada em todas as unidades familiares.

“Se prestarmos atenção no lixo que produzimos, vamos notar que grande parte de material é reciclável. Desta forma, todos temos um papel muito importante para que tenhamos sucesso no aumento de volume de lixo reciclável coletado”, comenta.

Andreia informa que os garis são orientados a não recolherem o lixo que não está separado.

“A razão para esta determinação, além de criar uma conscientização ambiental, é termos um aumento da vida útil do aterro sanitário sendo aterrado somente o lixo úmido e o mais importante, ter a reciclagem dos materiais. Assim utilizamos menos recursos naturais na indústria para a fabricação de novos produtos”.

A diretora da autarquia ressalta que é importante ficar atento aos dias de coleta de cada tipo de material, e ainda, se possível, colocar o material reciclável em embalagem transparente.

Coletas distintas
A coleta do lixo doméstico no município é realizada de maneira distinta, tendo a coleta do lixo comum ou molhado e a reciclável.

No primeiro caso, em que são recolhidos os restos de comida, cascas de frutas e verduras, lixo do banheiro, fraldas descartáveis, é executado pelo Sisam. Para isso, é utilizado uma frota de três caminhões compactadores e uma equipe de três motoristas e nove garis, que fazem a coleta em 100% da área urbana do município.

Já a coleta do reciclável é realizada por uma empresa terceirizada selecionada através de processo licitatório, que faz o recolhimento dos seguintes tipos de material: papel, papelão, plástico, metais, vidro, em 100% da área urbana e uma vez por semana na área rural. As coletas são realizadas de forma intercalada entre cidade alta e cidade baixa e em dias alternados do lixo comum e lixo reciclável.

Andreia explica que o lixo reciclável é coletado e levado a um galpão de triagem onde são feitas as separações dos diversos tipos de material. Posteriormente, são encaminhados para reciclagem, e somente são descartados no aterro sanitário os rejeitos que não são possível reaproveitamento.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo