Produtos medicinais caem no gosto dos brusquenses

Maioria das pessoas utiliza chás para evitar doenças e manter o peso

Produtos medicinais caem no gosto dos brusquenses

Maioria das pessoas utiliza chás para evitar doenças e manter o peso

Cada vez mais os brusquenses têm procurado alternativas medicinais para cuidar da saúde. Na cidade, o ditado popular “é melhor prevenir do que remediar” parece realmente estar sendo colocado em prática, pelo menos segundo as lojas que vendem produtos naturais.

Na Julica, no bairro Santa Rita, mais de 100 tipos de chás são comercializados. Cerca de 60% do público consome as ervas para prevenir o colesterol, diabetes, câncer e doenças no estômago. A sócia-proprietária do local, Juliana Fischer Feuzer, afirma que as pessoas também procuram plantas para controlar o estresse, emagrecer e diminuir sintomas da menopausa.

 Chá de amora é utilizado para minimizar efeitos da menopausa / Foto: Daiane Benso
Chá de amora é utilizado para minimizar efeitos da menopausa / Foto: Daiane Benso

Ela explica que sete-sangrias, salsaparrilha, chapéu de couro e cajueiro são chás utilizados para prevenção do colesterol. Pata-de-vaca, jambolão e pedra ume caá controla a diabetes. A graviola é recomendada, segundo a loja, para prevenir o câncer. Espinheira-santa e zedoária para problemas no estômago. Valeriana e melissa para neutralizar estresse e disfunções emocionais. Chá de amora para melhorar sintomas relacionados à menopausa e hibiscos para a retenção de líquidos e emagrecimento.

Juliana afirma que tanto homens como mulheres buscam pelos produtos e geralmente são pessoas acima de 40 anos. “Eles querem outras alternativas para prevenir doenças e escolhem a medicinal”. Ela acredita que é uma tendência a busca por este tipo de plantas e chás. “Há uns dez anos não tinha tanta procura. Hoje, a maioria das pessoas tem consciência que necessita cuidar do corpo como um todo, o que inclui a alimentação saudável e o consumo de produtos que agem naturalmente no organismo”.

Na Julita os chás são vendidos a granel. O valor do quilo varia de R$ 20 a R$ 180, e em média, 300 gramas são suficientes para um mês. Na loja, o cliente também é informado sobre como deve tomar o produto. Segundo Juliana, raízes, caules e cascas precisam ser fervidas. Já flores e folhas devem passar pelo processo de infusão (água quente é colocada no chá, abafado e depois coado).

Problemas emocionais

Na Sirius Produtos Naturais, no Centro, 30% do público faz uso de plantas medicinais para a ansiedade, depressão e transtorno do sono. Em geral, é recomendado que tomem chá de passiflora (flor de maracujá), valeriana, camomila, melissa e capim limão.

Além disso, o proprietário Juliano Sabino explica que muitas pessoas solicitam pela cranberry desidratada, fruta rica em vitamina C, que inibe a proliferação de bactérias no canal urinário. “Pode-se comer a fruta, o suco ou o chá. Muitos nutricionistas e médicos indicam”. O chá de calêndula e camomila também são procurados no tratamento de alergias e alcachofra, bardana e dente de leão em problemas intestinais, já que colaboram para a digestão.

Na Sirius, 70% do público é de mulheres, de todas as idades. Em média, 100 gramas de chá custa cerca de R$ 5. Sabino afirma que além da ação preventiva, muitas pessoas tomam os chás porque apreciam o sabor. “Torna-se um hábito e oferece uma melhor qualidade de vida. Muitos acabam substituindo medicamentos químicos pelo natural e começam a sentir uma melhora de 100%”.

Na Bem Viver Alimentos Naturais, também localizada no Centro de Brusque, existe uma variedade de cerca de 60 produtos medicinais. Gerson Luiz que trabalha no local, afirma que 80% do público é de mulheres, que buscam por chá de hibisco para emagrecimento.

Pessoas com problemas de ordem emocional (ansiedade e depressão) também frequentam a loja para a realização de terapia floral. Após um diagnóstico físico e emocional, o terapeuta prescreve qual ou quais os melhores florais que o cliente deve usar. “O floral tem várias essências e conforme a necessidade da pessoa ele será formulado”, explica.

A revisora Lixia Cesari, 47 anos, faz uso de produtos naturais há três anos. Óleo de coco ela usa para reter gorduras, sal rosa do himalaia para circulação do sangue e hibisco para a pele e emagrecimento. “É melhor prevenir do que gastar depois com remédios e hospital. Pra mim estes chás fazem muito efeito”, afirma.

Uso correto das plantas

O especialista em plantas medicinais, que também é cultivador, Alésio dos Passos Santos, diz que se vive uma onda mundial onde busca-se eliminar remédios agressivos à saúde e utilizar plantas medicinais. Ele afirma que políticas públicas e que frequentes estudos em universidades sobre o assunto têm despertado maior interesse da população. “A mudança começou a ocorrer de uns dez anos pra cá. Temos centenas de trabalhos científicos de novas plantas. O momento é muito bom, e não somente no Brasil, em países da Europa também”.

Santos diz que o Brasil possui a maior biodiversidade de plantas do mundo e que há 20 mil espécies no bioma. No entanto, a ressalva feita pelo especialista é de que as pessoas aprendam a fazer o uso correto deste tipo de chás. Segundo ele, o erro mais comum é a falta de identificação do nome científico da planta e o não conhecimento sobre as contra indicações. “Há chás que potencializam ou anulam o seu efeito, é preciso saber para que servem e para o que não podem ser usados. Também não é recomendado que se faça uso de plantas medicinais juntamente com remédios químicos – o que se pede são prescrições médicas”, explica.

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