Projeto da escola Dom João Becker leva alunos a julgamentos no Fórum de Brusque

Iniciativa chamada de "Júri Popular" acontece paralela ao "Profissões" e é destinada aos terceirões

Projeto da escola Dom João Becker leva alunos a julgamentos no Fórum de Brusque

Iniciativa chamada de "Júri Popular" acontece paralela ao "Profissões" e é destinada aos terceirões

Com o intuito de auxiliar os alunos do terceiro ano do ensino médio da Escola de Educação Básica Dom João Becker a escolherem uma profissão, o professor de História e Filosofia, João Ricardo, leva os estudantes ao Fórum de Brusque para acompanharem um júri popular. A ideia surgiu como uma ramificação de outro projeto desenvolvido por ele, o Profissões.

Como os alunos estão no último ano da escola e geralmente têm dúvida da carreira que seguirão, o professor criou o projeto que mostra a função de cada profissão com o auxílio de um convidado que atue no mercado de trabalho.

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A partir disso, Ricardo elaborou o projeto Júri Popular, que é realizado na escola há cerca de oito anos. A escolha do julgamento acontece com os alunos, conforme explica o professor. “Quando o jornal O Município coloca as datas dos júris, eu levo até a sala de aula, faço uma leitura sobre eles e a gente escolhe. Fazemos uma votação e chegamos em um acordo”, revela.

Projeto mostra aos alunos sobre a profissão de advogado, promotor e juiz / Foto: João Ricardo/Arquivo pessoal

Decidido o julgamento, o professor entra em contato com o Fórum para ver a disponibilidade da turma acompanhar a audiência. Com cerca de 30 alunos, Ricardo teve que dividir as turmas neste ano, pois os julgamentos escolhidos não comportavam o número de alunos.

Além de apresentar novas profissões aos alunos, o projeto Júri Popular também tem o intuito de alertá-los. “Hoje eles acham que não serão punidos quando se fala em alguma coisa com relação a droga e tráfico. Então a partir disso é que eles sentem realmente o que acontece”, enfatiza o professor.

Ricardo também revela que os alunos têm muito a ideia de que as pessoas julgadas por tráficos são mais velhas. “São pessoas jovens quase da idade deles”, declara. “Então esse é o momento que eu também percebo que leva eles refletirem sobre a vida deles e, logicamente, pensar no profissional deles”, complementa.

Professor João Ricardo e a diretora Ione Teresinha Hassmann explicam sobre projeto / Eliz Haacke

A diretora da escola, Ione Teresinha Hassmann, vê o projeto com bons olhos. “Hoje em dia a escola não pode mais se resumir só a quatro paredes. Você tem que buscar cada vez mais um mundo inovador como está aí. Então não pode ficar só no tradicionalismo”, declara.

Ela também ressalta que o projeto tem total apoio dos pais. “Os pais acham muito positivo a participação dos filhos.”

Participação e resultados
O professor afirma que é constantemente abordado pelos alunos nos corredores da escola com questionamentos de quando será a vez deles. “Eu digo ‘Calma! Estudem, não reprovem, façam o certo, façam o conhecimento, para quando chegar no terceiro (ano), é a vez de vocês’. Como é dinâmico, é de interesse deles”, pontua.

Alunos participaram do juri na segunda semana de setembro / Foto: João Ricardo/Arquivo pessoal

Ricardo também faz o feedback com os alunos sobre a parte ética e moral da sociedade. Para ele, a experiência em acompanhar a audiência gera mudanças nas ideias dos estudantes e no comportamento em sala de aula.

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“A gente percebe o posicionamento que antes era ‘eu sou a favor da liberação de algum tipo de entorpecente’, e depois eles dizem ‘não’. Começa a mudar a ideia deles, porque eles falam sem ter o conhecimento de causa.”

No último júri presenciado pelos alunos, Ricardo encontrou uma ex-aluna que participava como jurada no julgamento. Ela viu que o professor estava na audiência e acenou para ele. O momento provocou o sentimento de dever cumprido ao professor.

“Talvez o que despertou o interesse nela foi o fato de ter ido comigo e com o grupo para assistir”, finaliza.

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