Projeto envolve alunos e a natureza em escolas de Brusque

Escolas desenvolvem atividades de plantio e de criação de animais com objetivo pedagógico

Projeto envolve alunos e a natureza em escolas de Brusque

Escolas desenvolvem atividades de plantio e de criação de animais com objetivo pedagógico

A modernidade impõe mais desafios para os educadores. É preciso não só passar o conteúdo, mas também cativar os alunos – algo difícil com tantos eletrônicos que influenciam nos hábitos das novas gerações.

Em Brusque, uma série de iniciativas em escolas municipais têm alcançado resultados positivos com a promoção do contato com a natureza. O projeto Escola de Campo é um dos principais em andamento atualmente na rede.

A secretária de Educação, Eliani Buemo, afirma que o projeto é importante e tem avançado. Ela destaca que as iniciativas têm tido sucesso desde 2018 e que, inclusive, serão apresentadas à comitiva alemã que estará em Brusque.

Na quarta-feira, 20, será feita uma visita às escolas com os alemães do programa de intercâmbio Brasil/Alemanha. A saída da comitiva está prevista para as 8h30, e serão visitadas as escolas Edith Gama Ramos, Adelina Zirke e Edith Krieger Zabel.

O Escola do Campo envolve diretamente quatro escolas municipais. Cada uma é voltada mais para uma atividade de agricultura ou sustentabilidade.

Criação de abelhas sem ferrão é realidade na Edith Krieger Zabel | Fotos: Divulgação

Abelhas sem ferrão
A falta de abelhas e seu impacto no meio ambiente é um problema atual na Alemanha. Eliani diz que viu, na visita que fez ao país europeu no ano passado, que as escolas por lá são incentivadas a criar abelhas sem ferrão para ajudar na recuperação ambiental.

A Escola de Ensino Fundamental (EEF) Edith Krieger Zabel, na localidade de Cristalina, começou no fim do ano passado a criação de abelhas sem ferrão. É um projeto ainda no início, mas que deve se desenvolver.

A diretora Elaine Petermann explica que a criação surgiu de algo natural: as abelhas faziam suas “casas” no muro da escola. Isso despertou a curiosidade dela, que então chamou um produtor local.

Abelhas Jataí no muro da escola

Já foram colocadas cinco iscas. Duas tiveram sucesso em capturar abelhas, por enquanto. É um número pequeno, mas é o início de mais um projeto dentro da escola.

A diretora explica que as abelhas sem ferrão poderão ser usadas pedagogicamente. Com vontade, o projeto pode ser trabalhado interdisciplinarmente.

Por exemplo, podem ser usadas para mostrar a importância da preservação do meio ambiente na aula de ciências. Também podem entrar nas aulas de matemática, assim como na disciplina de história.

Elaine diz que as abelhas servem de modelo de organização, trabalho e disciplina que pode ser mostrado para as crianças. Alunos do Ensino Fundamental e até da Educação Infantil participam da iniciativa.

Além das abelhas sem ferrão, a escola também tem a horta comunitária, que envolve as crianças de diferentes maneiras e faz sucesso. A intenção é não parar por aí e partir, também, para a aquaponia – sistema de cultivo que mistura piscicultura com hidroponia.

Alunos da EEF Edith Gama Ramos ajuda a plantar mudas que abastecem toda a rede municipal

Sementeira para a rede
A EEF Edith Gama Ramos é uma das mais avançadas no que se refere à agricultura, à sustentabilidade e ao contato com a natureza. A escola tem uma série de projetos, mas um dos mais importantes é o de ser sementeira para a rede municipal.

Cabe à escola, que fica no Cedro Grande, produzir as mudas para as unidades da rede que também querem promover o contato dos alunos com a natureza. É uma responsabilidade que a comunidade escolar abraça com gosto.

A diretora Maria Aparecida Vanini Machado, a Cida, explica que tem todo um processo pedagógico que envolve os alunos. Eles têm uma tabela com o tempo de germinação e devem cuidar das plantas.

“É uma conscientização de forma prática, fica muito mais interessante para as crianças”, afirma Cida. As crianças ficam alegres e orgulhosas por saber que aquilo que plantaram serve também outras escolas municipais.

Ainda dentro do projeto Escola do Campo, a EEF Edith Gama Ramos também promove a fabricação de sabão natural. É uma tarefa que envolve não só os alunos, mas também a comunidade.

Periodicamente, as mães e pais vão à escola para fazer sabão natural, que é fabricado a partir de óleo de cozinha reaproveitado. O projeto tem tido sucesso, tanto que o sabão chega a ser distribuído para as pessoas do bairro.

Cida fala com orgulho sobre os outros projetos da escola. A horta comunitária também existe e é usada para o aprendizado interdisciplinar das crianças do primeiro ao quarto ano do Ensino Fundamental e também os pequenos da Educação Infantil.

A escola também tem outras iniciativas, como o cultivo de orquídeas, em parceria com a associação de orquidófilos. A diretora diz que a intenção é integrar os alunos.

“Procuramos esta essência que o interior tem, queremos mostrar que é possível fazer tudo com pouco, já que agora tem muito consumismo”, resume a diretora.

Crianças da Adelina Zierke criaram codornas no ano passado

Criação de animais
A EEF Professora Adelina Zierke, no Ribeirão do Mafra, é outra que tem vários projetos. Um deles é a criação de pequenos animais, que é sucesso há muito tempo.

A diretora Neusa Sapelli Teixeira explica que a criação de animais já foi realizada anteriormente. Em 2018, os alunos desde o berçário 2 ao pré criaram uma codorna cada um.

Eles tinham a responsabilidade de cuidar de seu bichinho e mantê-lo. Cada um tinha de levar R$ 2 para comprar a comida para as codornas. Inclusive, tinha de apresentar cupom fiscal.

No fim do ano passado, as codornas foram mortas. Os alunos tiveram um banquete diferente.

Neusa destaca que com isso foi possível trabalhar conceitos matemáticos e de responsabilidade com as crianças. É um exemplo de uma iniciativa diferente que envolve conceitos multidisciplinares.

Para este ano, a ideia é criar coelhos. A intenção da diretora é que os animais cheguem para os alunos já em março. Eles virão de uma fazenda de uma pessoa que colabora com a escola. Em anos anteriores, também já foram criados coelhos.

A diretora espera envolver também as famílias neste projeto. Até ano passado, ela ia aos fins de semana à escola alimentar as codornas, porque mora perto. Mas neste ano a ideia é fazer um rodízio entre pais e mães que residem nas proximidades da unidade.

Além de criar animais, a escola também tem horta comunitária desde 1986. A unidade também trabalha com hidroponia e tem a intenção de aderir à aquaponia, com a criação de tilápia.

“A nossa escola é pequena, é a que tem menos alunos, mas com pouco tentamos fazer muito”, afirma Neusa.

Melancia rendeu um banquete suculento para os estudantes

Melancia de 7 kg
Parece história de pescador, mas no Centro de Educação Infantil (CEI) Círculo Bom Samaritano, bem na rua Barão do Rio Branco, no Centro da cidade, foi colhida uma melancia de 7 quilos neste ano.

A diretora Viviane da Silva Sartori afirma que até mesmo ela e as professoras ficaram surpresas. A semente havia sido plantada na horta da escola despretensiosamente, mas acabou virando notícia – destacada pela secretária.

Diretora Viviane com a melancia de 7 kg que surpreendeu professoras do CEI Bom Samaritano

Em janeiro, Viviane frequentou a creche, que estava em reforma. Ela acompanhou o crescimento da melancia, que tomou grande espaço.

Como já estava muito grande, a melancia foi colhida uma semana antes do início do ano letivo e guardada na geladeira. Depois, os alunos puderam saborear uma fruta saída diretamente da horta da sua escola.

Viviane afirma que a horta é usada no aprendizado das crianças desde o berçário 2 até o infantil 2. São plantados temperos, como cebolinha e salsinha, entre outros.

No ano passado, teve uma grande produção de brócolis na hora. Recentemente também foi plantado aipim, que é uma cultura mais habituada ao verão forte.

Pedagogicamente, a horta serve para mostrar para os alunos a importância da alimentação saudável. Ela também envolve a família, por exemplo, no ano passado foi feito um jantar com os pais com ingrediente feitos ali mesmo.

A diretora afirma que é um projeto importante. “É para mostrar que na escola do Centro também pode-se produzir”, diz Viviane.

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