Queda da ponte Irineu Bornhausen completa 41 anos em Brusque

Principal ponte do município desabou com 13 veículos no dia 8 de agosto de 1980

Queda da ponte Irineu Bornhausen completa 41 anos em Brusque

Principal ponte do município desabou com 13 veículos no dia 8 de agosto de 1980

No dia 8 de agosto de 1980, às 15h30 de uma sexta-feira, a ponte Irineu Bornhausen desabou sobre o leito do rio Itajaí-Mirim. O fato, marcado na história e relembrado todos os anos por brusquenses, causou transtornos no trânsito da cidade à época, pois a principal ponte do município estava interditada.

A ponte foi construída em prol do desenvolvimento econômico da cidade, com objetivo de suprir a demanda comercial. Anteriormente, antes da instalação de pontes, os antigos comerciantes precisavam atravessar de balsa as mercadorias de um lado para o outro do rio Itajaí-Mirim.

“Nos primeiros anos de colonização de Brusque, os cursos d’água serviram como vias de penetração e transporte de mercadorias tanto dentro como para fora de Brusque. Isso nos ajuda na compreensão do processo de ocupação do solo”, afirma o historiador Alisson Castro.

Antes da ponte Irineu Bornhausen, era localizada no Centro a ponte Coronel Vidal Ramos Júnior, no início da consolidação do transporte terrestre sobre o rio, inaugurada por meados de 1905. Além dela, em 1906 foi inaugurada a ponte Coronel Pereira de Oliveira, local em que hoje está a ponte Mário Olinger, próxima ao Corpo de Bombeiros.

O historiador conta que ambas as pontes foram substituídas em 1953 por pontes de concreto armado. A partir de 1971, Brusque contou com uma terceira ponte na região central do município, a ponte Arthur Schlösser, próxima ao terminal urbano.

Com a queda da ponte Irineu Bornhausen, o trânsito de Brusque passou a registrar transtornos. Alguns meses depois, em fevereiro de 1981 foi a vez da ponte Mário Olinger desabar parcialmente e ser interditada. O novo incidente causou ainda mais problemas relacionados ao trânsito do município.

No momento em que a ponte Irineu Bornhausen desabou, 13 veículos trafegavam sobre a estrutura. Felizmente, ninguém morreu no incidente.

Érico Zendron/Acervo

Alerta de James Crews

Apesar da queda da ponte Irineu Bornhausen pegar os brusquenses de surpresa, o estadunidense James Thomas Crews Junior defende que já sabia que a ponte corria risco de desabar. Ele tentou alertar as autoridades, como o então prefeito Alexandre Merico. Porém, segundo ele, não deram importância ao alerta.

James concedeu entrevista ao jornal O Município em 2020, quando a queda da ponte completou 40 anos. Na oportunidade, ele contou, em detalhes, quando percebeu que havia algo de errado com a estrutura da ponte.

Bruno da Silva/Arquivo O Município

“Quando eu andei uns dez metros em cima da ponte, ouvi um estalo, uma rachadura. Eu estava a pé e senti que a ponte desceu. Naquela hora, não tinha nenhum carro em cima da ponte. Tinha apenas uma senhora com uma criança no outro lado da ponte. Ela também escutou e saiu correndo”, revelou o estadunidense em entrevista ao jornal O Município.

A reportagem conta ainda que James costumava sair de carro para os compromissos. Porém, naquele dia 8 de agosto, decidiu ir a pé para uma reunião no estádio Augusto Bauer, próximo da ponte.

Ele fazia parte da diretoria do Clube Atlético Carlos Renaux à época. O encontro terminou por volta das 11 horas e, quando estava voltando para casa, percebeu algo estranho com a estrutura.

Após ouvir o estalo, James Crews procurou o prefeito de Brusque, alertando que a ponte estava prestes a cair. No entanto, ele reforça que as autoridades não deram ouvidos a ele. E se passaram cerca de quatro horas da travessia de James sobre a ponte que o alerta ignorado se tornou realidade.

Problemas com pontes se repetem

Em 2021, Brusque voltou a registrar danos em estruturas de pontes, incluindo quedas. No dia 21 de abril, a cabeceira da ponte João Libério Benvenutti, próxima ao Santos Dumont, caiu.

Após cerca de dois meses da interdição da ponte no bairro Santa Terezinha, a estrutura da ponte Prefeito Antônio Heil, no bairro Guarani, desabou por completo. Os antigos problemas relacionados à pontes se repetiram nos dias atuais no município.

Ciro Groh

Com a queda da cabeceira da ponte João Libério Benvenutti e o desabamento completo da ponte Prefeito Antônio Heil, o prefeito Ari Vequi presenciou, em três oportunidades, problemas envolvendo pontes em sua gestão na prefeitura.

Em 2017, como vice-prefeito de Brusque, Vequi e o ex-prefeito Jonas Paegle passaram por um problema semelhante, também no início do mandato.

Após um período de chuvas, um dos pilares da ponte Arthur Schlösser rompeu, forçando a interdição total. A rachadura foi registrada no dia 1° de junho de 2017. Após três meses, o tráfego na metade da via foi liberado, no dia 2 de setembro.

A liberação do trânsito foi acompanhada pelo prefeito e vice de Brusque, além de secretários e vereadores. O ato gerou polêmica por ser lembrado como “inauguração de meia ponte”.

Daiane Benso/Arquivo O Município

Previsão para reabertura

Prestes a ser reaberta, a previsão da Prefeitura de Brusque é para que a ponte João Libério Benvenutti esteja com o tráfego liberado para veículos até a segunda semana do mês de agosto, aproximadamente quatro meses desde a queda da cabeceira.

Em relação à ponte Prefeito Antônio Heil, a previsão do governo municipal é de que a obra seja concluída em cerca de 120 dias. No entanto, a empresa contratada para reconstruir a ponte terá prazo de 180 dias.

“Vamos tentar fazer o mais rápido possível, 120 ou 130 dias. Vamos tentar adiantar”, disse Ari Vequi em entrevista ao jornal O Município no dia 14 de julho.

Thiago Facchini/Arquivo O Município

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