Começo a desconfiar que Glee trouxe uma maldição para seu elenco. Aquela série que alcançou um mega sucesso a partir de 2009… mas que perdeu o fôlego em suas temporadas finais, até terminar, em 2015, já contabilizando sua primeira morte.

Em 2013, Cory Monteith, o Finn, foi encontrado morto em um hotel de Vancouver. A causa da morte, overdose. A própria série se encarregou de homenagear o ator, na figura do personagem. Foi triste e emocionante. O começo da “maldição”.

Talvez tudo aconteça por culpa da fama. A série transformou seu elenco – jovem, embora não tão jovem quanto seus personagens, é claro – em estrelas. Foi rápido demais. É até clichê, nessas horas, que isso traga à tona todas as fraquezas e dificuldades da pessoa que existe por trás da celebridade.

Se Monteith teve que enfrentar sua dependência de drogas… Mark Salling, o Puck, encarou algo ainda pior. Ele estava aguardando a sua sentença de prisão, depois de se declarar culpado por posse de pornografia infantil – foram encontradas milhares de imagens e vídeos no computador do ator. Teria de quatro a sete anos de prisão pela frente. E a carreira destruída.

Mark Salling se suicidou na última quinta-feira. Não foi sua primeira tentativa de suicídio.

A sensação que fica é a de um imenso desperdício de talento (e de vida, evidentemente). Não são só os famosos que não resistem, a gente sabe. Mas a exposição pública só deve piorar as coisas para quem tinha uma legião de fãs. Tudo muito triste. Fica o desejo meio inútil de que, em algum momento, essa lição seja aprendida e que os escolhidos pela indústria do entretenimento tenham, de alguma forma, um pouco mais de apoio em seu amadurecimento. Que eles enfrentem e vençam seus lados mais sombrios. E que sobrevivam a eles.