Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

OPINIÃO: Lockdown pouco importa para quem vive do dinheiro público

Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

OPINIÃO: Lockdown pouco importa para quem vive do dinheiro público

Raul Sartori

Babilônia
Está virando uma confusão só as discussões, na Assembleia Legislativa, quanto à adoção ou não de lockdown. Houve deputados, como Kennedy Nunes, que sugeriram que as entidades públicas que pedem lockdown de 14 dias deveriam descontar na totalidade os dias parados dos salários de todos os servidores. Disse uma verdade, pelo menos: para aquelas, tendo ou não tendo parada total, pouco parece importar; o dinheiro (do salário) entra na conta da mesma forma que sempre.

Triste
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), não se cala quando indagado do colapso na área de saúde devido à covid-19 no município. Reclama, triste e magoado, das pessoas, muitas delas seus eleitores. No recente lockdown de 14 dias (hoje começa outro), o efeito foi frustrante: “O comércio foi castigado, mas as pessoas não fizeram a sua parte; muita gente achou que estava em férias”.

Enrascada
A prefeita de Rancho Queimado, Gleci Veronezi, se complica cada vez mais diante da mídia, principalmente a nacional, quando tenta explicar seu “kit covid”, que até lhe rendeu uma polêmica moção do Legislativo estadual, parabenizando-a. Onze em cada 10 jornalistas a questionam pela eficácia do tratamento, sem comprovação cientifica. O município tem 2.758 habitantes, com 40 casos ativos e três óbitos por covid.

Utilidade publica
A OAB-SC tem funcionando desde o dia 1º deste mês o Observatório da Vacinação, providencial canal criado para receber denúncias de casos de “fura-fila” ou qualquer outra irregularidade na distribuição e aplicação dos imunizantes contra a covid-19, que podem ser enviadas para o e-mail [email protected]. É modelo para o Observatório Nacional da entidade, que logo será ativado.

Sem cancelas
O Senado aprovou projeto do senador Esperidião Amin (PP-SC) que prevê o fim das cancelas e praças de pedágio nas rodovias. Propõe o que parece mais justo: que o usuário pague apenas pelo trecho percorrido em cada estrada, como é no mundo civilizado.

Função dupla
Tem prefeito tão ocupado e apavorado com a covid-19 entre seus eleitores e munícipes que virou também secretário de Saúde, como fez o médico Vicente Corrêa Costa, de Capivari de Baixo, município vizinho de Tubarão. Sem que para tal receba salário dobrado, assim ficará até o final da pandemia.

Se…
Lido, alhures, ontem, que se a covid-19 afetasse animais, a doença estaria bem mais resolvida no Brasil. Absolutamente verdadeiro.

Opinião
O “Estadão” deu editorial ontem, sobre o tema. Resumo: “Contra Lula e Bolsonaro, as lideranças precisam construir já uma candidatura que sensibilize o eleitorado. Seja quem for o candidato para enfrentar os arruaceiros da democracia, deve ser um que aposte no Brasil ordeiro e pacífico”. Oremos, pois.

Desproporcionalidade
Amiúde se lê notícias da mais alta corte de justiça do país julgando e condenando à prisão ou ao cumprimento de medidas socioeducativas, pobres famintos por terem furtado um pão de supermercado. Mas se um espertalhão furtar ou deixar furtar muitos milhões, até bilhões, ganha aval, da mesma corte suprema, para se candidatar a presidente. Fato revoltante, inaceitável e intolerável.

“Stalking”
Uma palavra estrangeira que começa a ser muito pronunciada: “stalking”. O Senado aprovou esta semana, por 74 votos a zero, projeto que tipifica tal crime, caracterização pela perseguição às pessoas, no Código Penal. A pena prevista é de seis meses a dois anos de reclusão (prisão que pode ser cumprida em regime fechado) e multa. A perseguição é definida como aquela praticada por meios físicos ou virtuais que interfere na liberdade e na privacidade da vítima.

Gênero e raça
Através de portaria, o Tribunal de Justiça formalizou o Grupo de Trabalho Diversidades, composto por 28 servidores e magistrados. Sua missão será elaborar estudos e indicar soluções de políticas judiciárias nas áreas da igualdade racial, questões étnico-raciais e da população lésbica, gay, bissexual, transexual, travesti e intersexo no Judiciário catarinense. O objetivo é combater a discriminação, preconceito e a outras expressões da desigualdade. Muito bom.

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