Reajuste no valor do frete dos Correios pode afetar empresas de e-commerce de Brusque

Empresários avaliam que, em alguns casos, tarifa pode custar mais que o produto comprado

Reajuste no valor do frete dos Correios pode afetar empresas de e-commerce de Brusque

Empresários avaliam que, em alguns casos, tarifa pode custar mais que o produto comprado

Os Correios anunciaram em fevereiro um reajuste no valor cobrado pelo frete, que entra em vigor a partir da próxima terça-feira, 6. O reajuste, segundo nota emitida pela empresa na terça-feira, 27, é de “8% para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual, que representam a grande maioria das postagens realizadas nos Correios”.

No entanto, cálculo do site de compras Mercado Livre indica que o aumento deve chegar a 51% em comparação aos preços atuais. Frente à isso, o site iniciou a campanha #FreteAbusivoNão.

A estatal ressalta que o reajuste “não é para o e-commerce, mas para os serviços de encomendas dos Correios, também utilizados pelo e-commerce”. A revisão do valor é anual e prevista em contrato, e a definição dos preços é baseada nos custos da prestação de serviços: transporte, pagamento de pessoal, aluguéis de imóveis, combustível, contratação de recursos para segurança, entre outros.

Segundo o Mercado Livre, o reajuste será prejudicial especialmente ao pequeno e médio empreendedor, pois o frete mais caro pode causar queda nas vendas, o frete grátis se tornará mais caro (aumento médio de despesas com logística de 29%) e a venda para cidades mais distantes dos grandes centros terá um valor mais alto, chegando a um aumento de 51%.

Além disso, cidades classificadas como “áreas de risco”, como o Rio de Janeiro, por exemplo, terão tarifa adicional de R$ 3 por pacote despachado. Para o consumidor, também de acordo com a avaliação do Mercado Livre, comprar será mais caro, afinal, quanto maior o valor do frete, maior o custo total da compra.

E-commerces temem perda de vendas

Em Brusque, empresas que utilizam e-commerce avaliam o impacto do reajuste. Para Tuani Gelatti Lopes, proprietária da Maria Carolina Clothing, “tem vezes que a compra não compensa, especialmente para quem vende barato. O frete sai mais caro que o produto, e a pessoa precisa comprar mais coisas para compensar, ou até chamar amigas para dividir o valor final do frete”. Tuani acredita que o reajuste pode afetar as vendas devido ao consumidor, muitas vezes, pensar que é a própria loja que define o valor de frete.

O proprietário da Fantoy, Rodrigo Staak, explica que o valor do frete não incide sobre o valor do produto, mas sim sobre o peso/volume do objeto, ou seja, para itens caros, representa uma porcentagem menor e, para itens baratos, uma porcentagem maior. “Esse aumento representa diminuição na venda de itens mais em conta, pois o frete acaba elevando demasiadamente este custo da compra para o cliente. Como itens de menor valor são os que mais vendem, aumentando o frete diminuirá a venda e diminuirá o faturamento”, diz.

O reajuste nos valores das postagens de encomendas é feito anualmente e, segundo Staak, “sempre a justificativa é para melhorarem o serviço. Do ano passado para este, aumentaram drasticamente os atrasos e as reclamações. E agora alegam que este aumento é para conseguirem prestar um serviço de qualidade”.

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