Regularização da contratação de técnicos desampara equipes esportivas de Brusque

Prefeitura prepara projeto que cria o Bolsa Atlética, enquanto entidades têm atividades prejudicadas

Regularização da contratação de técnicos desampara equipes esportivas de Brusque

Prefeitura prepara projeto que cria o Bolsa Atlética, enquanto entidades têm atividades prejudicadas

Um impasse foi criado após a Prefeitura de Brusque determinar que os técnicos dos projetos esportivos deveriam retornar para as salas de aula. Isso porque os treinadores eram contratados como professores de Educação Física da Secretaria de Educação e remanejados às equipes, já que as associações não conseguem bancar sozinhas o pagamento de profissionais. No entanto, com a decisão, muitos atletas estão sem comando.

A alternativa para a contratação destes técnicos por meio da prefeitura é a Bolsa Técnico, projeto que ainda não seguiu para apreciação na Câmara de Vereadores. Enquanto esse sistema não é executado, as equipes enfrentam dificuldades para apresentação, treinamentos e têm o planejamento do ano comprometido.

Espera e aflição
Coordenador de um dos projetos mais vitoriosos de Brusque, a Associação Brusquense de Esporte e Lazer (Abel), Luiz Antônio Moretto revela que este vem sendo o começo de temporada mais difícil da história. Sem ter como pagar os técnicos, ele liberou todos para que dessem aulas nas escolas e pudessem receber os devidos salários.

Enquanto isso, dezenas de atletas aguardam para saber como será o ano, e as competições se aproximam. “Nós temos um calendário, mas essa determinação emperrou tudo. Fica difícil até de afirmar se iremos ou não participar das competições do ano”.

“Se não houver uma solução imediata, nós não vamos manter a nossa estrutura”, Luiz Antônio Moretto, coordenador da Abel

Moretto cobra uma estratégia rápida por parte da prefeitura e da Fundação Municipal de Esportes. “Se não houver uma solução imediata, nós não vamos manter a nossa estrutura”, diz. A Abel possui ainda núcleos, com escolinha gratuita para crianças, mas estes espaços serão mantidos, segundo o coordenador, já que a associação possui recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, do governo federal.

Moretto lembrou ainda que a associação é responsável por grandes êxitos no cenário esportivo municipal. “Nós conquistamos todos os principais títulos da base de voleibol em 2017, além de, com a equipe adulta, ter lotado a Arena Brusque para acompanhar a Superliga B, a qual ficamos em terceiro. O que a Abel fez não tem tamanho”.

Estratégias da prefeitura
Antes da determinação da prefeitura, os técnicos dos projetos eram contratados da seguinte maneira: eles participavam de professo seletivo para professor de Educação Física da rede municipal de ensino, mas não cumpriam horário nas escolas, e sim trabalhavam como treinadores das equipes recebendo o salário de professor.

Como as escolas ficavam sem este profissional, era necessário chamar mais um professor, o que gerava um aumento considerável nos gastos da Secretaria de Educação, como explica o Secretário de Governo e Gestão Estratégica, William Molina. “É interesse do governo promover o esporte como um todo, nas áreas do lazer, Olesc, Joguinhos Abertos e Jasc. Mas é necessário que isso seja feito dentro da lei. Estes professores fizeram processo seletivo para assumirem vagas nas escolas”.

 “É interesse do governo promover o esporte como um todo, nas áreas do lazer, Olesc, Joguinhos Abertos e Jasc. Mas é necessário que isso seja feito dentro da lei. Estes professores fizeram processo seletivo para assumirem vagas nas escolas”, William Molina, Secretário de Governo e Gestão Estratégica

Molina afirma ainda que há alternativas para que os projetos não fiquem totalmente desamparados. “Os professores podem cumprir um mínimo de 50% da carga horária nas escolas, e depois seguir no projeto, podendo assumir 20 horas semanais como treinador”.
Ele mencionou também o Bolsa Atleta, afirmando ainda que o projeto está encaminhado. “Dentro de cerca de 15 dias a matéria será enviada para a Câmara de Vereadores, e aí sim os técnicos poderão ser contratados por meio legal”, completa.

Ele vai além, ao explicar uma ideia que também deve ser amadurecida para contratar técnicos. “Queremos que a própria FME tenha autonomia para realizar um processo seletivo de contratação de técnicos, tirando isso da Educação. Se isso for aprovado, nós poderemos prever mais recursos para a pasta esportiva na Lei Orçamentária Anual”.

O projeto
O programa Bolsa Técnico será responsável por repassar recursos a treinadores de associações e escolinhas, assim como é feito com os atletas.

A proposta irá prever exigências para a contratação dos profissionais, como qualificação e apresentação de um projeto incluindo planejamento de resultados. Dentro da proposta, a mudança na lei seria relativamente simples, com a adição do Bolsa Técnico no segundo artigo, junto ao Bolsa Atleta, já que ambos os sistemas partem da mesma premissa.

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