Representatividade da mulher nos partidos é violentamente limitada
Candidaturas-laranja
O empoderamento feminino na política ainda faz parte da ficção. A representatividade da mulher nos partidos é violentamente limitada, mesmo com a lei que estipula o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. De acordo com a advogada e ex-juíza do Tribunal Regional Eleitoral de SC, Ana Cristina Blasi, o que de fato se vê é um grande número de candidaturas-laranja que concorrem sem ter chances e até sem saber que são de fato candidatas. De acordo com o TSE, em 2016, 89,3% dos candidatos sem nenhum voto eram mulheres. Para mudar essa estatística, a advogada está à frente do projeto Mulheres na Política, que tem como meta promover um maior engajamento feminino, destacando a importância de sua presença na política brasileira para garantia da democracia e do direito à igualdade. “Dentre outras medidas, para que se torne efetiva a igualdade de gênero no Brasil, é importante que se implemente a democracia intrapartidária, garantindo pleno acesso de homens e mulheres às executivas dos partidos”, afirma.
Mandando do além
Aquele passarinho tão confidente e informante não acertou o palpite desta vez. Quando governador, Raimundo Colombo queria mesmo acabar com as então já caras e ineficientes secretarias de desenvolvimento regional, depois agências. Não o fez em respeito ao seu criador e antecessor, Luiz Henrique da Silveira. Pinho Moreira fez o mesmo, em reverência póstuma. Para resumir: mesmo do além, Luiz Henrique da Silveira paira na cabeça e na ponta das canetas de quem tem que decidir em SC.
A conta
Na votação célere de projetos do Tribunal de Justiça criando mais 864 cargos no Judiciário (dos quais 402 de assessor de gabinete, comissionados, de livre escolha dos juízes, o que é uma imensa avenida para prática de nepotismo cruzado), não se vê, na Assembleia Legislativa, deputado questionando de forma mais incisiva quanto vai custar a conta. Quem se dá ao trabalho de somar isso e aquilo (principalmente os penduricalhos) chegará à fatura de uns R$ 150 milhões de agora até 2020.
Acerto
Depois que foi aprovada a Medida Provisória 220, que reduziu de 17% para 12% a alíquota do ICMS para operações com mercadorias destinadas a contribuinte para comercialização, industrialização e prestação de serviços, o Centro Administrativo do Governo se transformou em uma verdadeira romaria de dirigentes de entidades agradecendo ou pedindo enquadramento. O governador Pinho Moreira, que a princípio perdeu na Assembleia Legislativa, capitaliza agora o acerto da medida. E os deputados estaduais que votaram contra, agora fortemente pressionados, também acorrem ao governo pedindo a inclusão de segmentos econômicos na medida.
Desperdício castigado
O gestor no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) que desperdiçar medicamentos poderá pegar até dois anos de prisão, determina o projeto de lei do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), que iniciou tramitação ontem. Bauer argumenta na justificativa da proposta que a falta de medicamentos é um problema crônico em todos os estabelecimentos do SUS mas que não é apenas consequência de insuficiências orçamentárias. Citou casos recentes de desperdício de medicamentos, inclusive em SC, envolvendo 140 frascos da enzima imiglucerase, que foram distribuídos aos pacientes com o prazo já vencido ou próximo do fim, ocasionando prejuízo de R$ 200 mil.
Obrigação estapafúrdia
O corrupto ex-deputado federal e agora presidiário em Curitiba, Eduardo Cunha, é o autor de projeto de lei, rejeitado pela Comissão de Finanças e Tributação, que pretendia obrigar a União a construir presídios para todos os condenados por crime federal. Os membros da comissão acataram o parecer do relator, deputado Jorginho Mello (PR-SC), pela inadequação orçamentária e financeira do projeto.
Eleitor do futuro
Elogiável o que vem fazendo o Tribunal Regional Eleitoral de SC, que por meio de sua Escola Judiciária Eleitoral, já passou por 11 escolas catarinenses para apresentar a campanha “O voto é meu – Meu futuro, minha escolha”. Nelas, juízes eleitorais e servidores disseminam o projeto com palestras, bate-papos, debates e simulações de eleição com uso da urna eletrônica. Além de uma formação abrangente, para além do voto dos futuros eleitores catarinenses, a ação incentiva reflexões a respeito da cidadania.
Sumiço
Laguna sediou um seminário, semana passada, sobre segurança de acervos históricos. Museólogos, pesquisadores, políticos e população só tinham atenções e comparações, durante o evento, para o caso do sumiço, em agosto de 2016, do sino do Museu Anita Garibaldi. Localizado no alto de uma escada, a peça teria sido fundida no século 17. Nunca se soube de seu paradeiro.