Ritmo de crescimento da frota de veículos em Brusque diminui

Em 2014, o aumento registrado no número de veículos na região foi o menor dos últimos cinco anos

Ritmo de crescimento da frota de veículos em Brusque diminui

Em 2014, o aumento registrado no número de veículos na região foi o menor dos últimos cinco anos

A frota de Brusque fechou 2014 com 93.232 veículos, o que representa a marca de 0,7 carros por habitante, considerando a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no ano passado, que mostra o município com 119.719 habitantes.

O número é expressivo, no entanto, a frota de Brusque tem crescido em menor escala nos últimos anos. Se de 2011 para 2012 o número de carros no município aumentou 5,39%; de 2013 para 2014, o crescimento foi de apenas 4,16%.

A mesma desaceleração pode ser notada em Guabiruba. De 2011 para 2012, o número de veículos na cidade vizinha cresceu 7,22%. Já de 2013 para 2014, a expansão foi de 4,14%, assim como em Botuverá, que em 2014, também registrou o menor percentual de crescimento de sua frota nos últimos cinco anos.

A desaceleração do ritmo de crescimento da frota também pode ser notada em âmbito estadual. O número de veículos em Santa Catarina chegou a 4.406.510 em 2014, com aumento de 5,30%. O índice, no entanto, também é o menor registrado no estado nos últimos cinco anos, considerando que em 2011, o aumento chegou a 7,5%.

Para o especialista em mobilidade urbana e professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Giovani Martins, a desaceleração da frota é resultado da situação econômica do país. “Essa redução no ritmo de crescimento se deu mais por questões econômicas do que pela questão mobilidade. Neste tempo, não houve nenhuma política pública que fizesse com que acontecesse a desaceleração do aumento da frota de veículos”, diz.

Para ele, a oscilação econômica do país freia o consumo e faz com que a população fique mais receosa na hora de investir. “É a chamada lei da oferta e da procura. Fala-se muito em mobilidade urbana, mas muito pouco é feito para isso acontecer. A partir do momento que a economia se recuperar, os índices de compra de automóveis voltarão a crescer. Infelizmente, temos apenas o discurso, para a prática acontecer falta muito ainda, principalmente porque falta consciência e visão técnica sobre o assunto”, afirma.

O economista político Sergio Sebold também ressalta que a desaceleração tem influência na economia. “Isto bem demonstra que o Brasil está perdendo o fôlego na sua produção industrial. Reflete no ‘pibinho’ perto de zero que estamos recebendo”, analisa.

Segundo ele, a política econômica adotada pelo país nos últimos anos começa a dar sinais de esgotamento. “A política econômica adotada na primeira década deste século no Brasil, não ortodoxa, de estimular o consumo para então crescer, através de financiamentos e juros baixos, está agora dando sinais de esgotamento. Esta é uma medida de curto prazo e este, que já chegou, está se esgotando”.

Sebold analisa que a inserção do país no mundo globalizado permitiu grandes investimentos industriais em todos os setores da economia. “Assim, com facilidades de crédito e juros generosos através de “emissão” de dinheiro e outros mecanismos macroeconômicos, houve oportunidade para diversas camadas sociais obterem os confortos da civilização, coisas que antes somente era possível por uma classe privilegiada”. Com isso, afirma que a tendência é que o crescimento da frota se mantenha estável nos próximos anos. “Chegamos no ápice das necessidades do veiculo doméstico. Se analisarmos pelo lado estatístico, todas as famílias de Brusque tem seu automóvel, ou uma moto. Se há ainda alguma venda, de novos automóveis, está muito mais pela vaidade, de se manter carros novos na garagem, do que por necessidade. Daí a razão da acentuada depreciação dos veículos em circulação”.

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