150 Anos da Imigração Polonesa no Brasil – Brusque – Parte IV

150 Anos da Imigração Polonesa no Brasil – Brusque – Parte IV

Rosemari Glatz

Quando os primeiros imigrantes poloneses chegaram a Brusque, a sua região de origem estava sob o domínio do Império da Prússia. A maioria dos imigrantes era da aldeia de Schalkowitz – nome germanizado de Stare Siołkowice na época da emigração (as famílias Wosch, Purkott, Kania, Prodlo, Szjnowski, Gbur, Pollack e Pampuch), a mesma aldeia de onde Saporski havia emigrado em 1867.

Apenas uma família se declarou originária de Poppelau (a família Kania), e duas de Chrosczütz (as famílias Stempka e Otto), todas elas localizadas na província de Opole, Alta Silésia.

A origem do nome da aldeia de onde emigraram os poloneses para Brusque

O nome da aldeia é um nome patronímico, ou seja, foi formado a partir do nome ou do apelido do pai. A área de Stare Siolkowice é considerada a aldeia mais antiga da comuna de Popielów e as primeiras referências mencionam a existência da propriedade já em 1223.

A primeira menção da aldeia em um documento encontra-se na carta de libertação emitida em 1322 a Stanek Wolny de Siołkowice, em documento que confirma o privilégio concedido pelo bispo de Wroclaw, John III e pelo duque Bolek I de Tomak, Dziergowice e seus sucessores legais, quanto à isenção de aluguel de um pedaço de terra e a possibilidade de construir um moinho de água em Stare Siołkowice.

O documento é citado integralmente em uma cópia de um documento de 1588, mantido em Wroclaw até março de 1839, e preservado no Arquivo da Paróquia local. As informações contidas no documento permitem afirmar que no final do século XXIII, Stare Siołkowice já existia como uma aldeia organizada em um sistema coerente, com a terra dividida em campos e lotes de terra claramente demarcados.

Sobre os trabalhadores artesãos e os “sem-terra”

Os moradores de Stare Siołkowice trabalham na agricultura há muito tempo e o trabalho no campo foi a principal ocupação da maioria da população local até meados do século XX.

A aldeia estava situada nos largos remansos do rio Odra e as terras eram muito férteis sobre a larga bacia do Odra (ou Oder), um rio da Europa central que serve de fronteira entre a Alemanha e a Polônia. Ele nasce na República Checa, atravessa a planície da Silésia, onde recebe o nome de Odra, e a extensa planície germano-polaca, onde é chamado de rio Oder.

Em Stare Siołkowice, os proprietários de fazendas ricas moravam no centro da vila, mais próximos do rio. Quanto mais longe do leito do rio, pior era a terra para o cultivo e, consequentemente, mais pobres e menos influentes eram os habitantes, que costumavam ser artesãos ou trabalhadores “sem-terra”.

Os artesãos realizaram trabalhos encomendados pelos moradores da aldeia e eram principalmente sapateiros, alfaiates, carpinteiros, moleiros e ferreiros. O segundo grupo, os trabalhadores “sem-terra” de Stare Siołkowice, trabalhavam como assalariado para fazendeiros locais, além de realizar trabalhos sazonais na floresta, pesca e caça.

A mudança dos nomes

Na história recente, verifica-se que nos anos 1934-1938 as autoridades nazistas deram início a um processo de maciça germanização de todos os nomes de localidades na Alta Silésia e, em 10 de agosto de 1936, Stare Siołkowice teve o nome alterado para Alt Schalkendorf.

Após a Segunda Guerra Mundial, o território deixou de pertencer à Alemanha e voltou a pertencer à Polônia, e os nomes das aldeias, antes em alemão, foram alterados para a variante polonesa: Schalkowitz passou a ser denominada Stare Siołkowice. Poppelau, agora é chamada de Popielów, e Chrosczütz hoje é designada de Chróścice.

Continua na coluna do dia 11 de outubro.

Fonte: SMOLIŃSKA, Teresa. A atual aldeia silesiana e a sua tradição cultural no século XIX. In: Polonicus: revista de reflexão Brasil-Polônia.

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