Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Espaços de Memória: Maximilian von Schneeburg – Parte II

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Espaços de Memória: Maximilian von Schneeburg – Parte II

Rosemari Glatz

O Barão Maximilian von Schneeburg foi o primeiro diretor da Colônia Itajahy-Brusque. Minucioso na documentação, era um governante preocupado e sempre voltado à responsabilidade que o cargo exigia. Em 15/10/1865, acompanhou até a vila de Itajahy os 25 (vinte e cinco) “Voluntários da Pátria”, que partiram da colônia para lutar pela sua nova Pátria – Brasil – na Guerra do Paraguai.

Em diversos escritos publicados na revista Blumenau em Cadernos, o brusquense Ayres Gevaerd conseguiu descrever, com perfeição, a partir dos documentos da então Colônia Itajahy-Brusque disponíveis na Casa de Brusque, a trajetória do Barão Maximilian de Schneeburg enquanto este foi o diretor da Colônia Itajahy-Brusque.

Segundo Gevaerd, o Barão von Schneeburg dedicou muito carinho à sua Colônia, procurando dar-lhe o sustento físico e com certa abundância através da exuberância da terra, a assistência espiritual por intermédio de igrejas e sacerdotes das confissões católica e luterana e, finalmente, a assistência cultural, embora rude ainda, por meio de escolas. Gevaerd ainda acrescenta que, antes de vir para Brusque, von Schneeburg residiu por muitos anos em Petrópolis, foi professor do famoso Colégio Calógeras e Capitão do Exército Imperial do Brasil.

A Schneeburg cabe o mérito de ter organizado uma nova Comunidade no seio da mata virgem, imprimindo-lhe educação cívica, moral, espiritual e cultural, aliada ao espírito de ordem e trabalho peculiares às etnias que então colonizavam o vale do Itajaí. Cabe a ele um preito de homenagem e justiça por sua extraordinária obra, especialmente, com relação às duas Confissões religiosas, católica e luterana, durante todo o período de sua administração.

Consolidando a Colônia, o diretor não descurou em proporcionar à sua gente, indistintamente, assistência moral e espiritual. Em seus documentos, quando se referia à Igreja luterana, verifica-se a confiança, dedicação e amizade que o ligava ao pastor Henrique Sandrescky. Tanto que, por várias vezes, confiou ao pastor a direção da Colônia quando, por força do cargo, viajava a Itajaí ou Florianópolis. Apesar de pedir com insistência, de rogar, de implorar até, empregando uma linguagem simples e franca que lhe era característica, o nosso primeiro Diretor não chegou a ver a Casa de Orações na sede da Colônia pela qual tanto se empenhou.

O círculo de amizades do Barão era restrito. O escritor João Carlos Mosimann, no seu livro intitulado: As famílias de Brusque, Guabiruba e Botuverá – Nos meandros do Itajaí-Mirim (2010) conta que não se sabe se o Barão costumava frequentar as tavernas, provavelmente não, e que o círculo de amizades do diretor naqueles primórdios da colônia parecia restringir-se aos raros homens diplomados da aldeia.

Segundo os próprios escritos do Barão Maximilian von Schneeburg, no início da noite ele costumava sair um pouco, vela de sebo na mão para iluminar o caminho, visitando o agrimensor Germano Thieme, que morava bem próximo da casa da Diretoria, ou o sr. Ewert Knorring, marido de Augusta von Knorring, primeira professora pública da Colônia. Morando na própria casa da Diretoria, na Stadtplatz (centro), o Barão costumava ir jantar na casa particular do Dr. Eberhard, onde pagava pensão de alimentação.

Continua nesta mesma coluna no dia 13-05-2022

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