Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Luteranos em Brusque – Parte I

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Luteranos em Brusque – Parte I

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Com a chegada do primeiro grupo de imigrantes que deu início oficial à Colônia Itajahy-Brusque também chegaram os primeiros imigrantes alemães que professavam a religião luterana. Com base nas informações disponíveis no site da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, é possível informar que a história da Comunidade Evangélica Luterana iniciou com a chegada, em Brusque, dos imigrantes pioneiros em 4 de agosto de l860.

Dentre eles, estavam as famílias luteranas de Augusto Hoefelmann, Frederico Guilherme Neuhaus, Frederico Orthmann, Daniel Walther e Luiz Richter, todos casados e com filhos. Esses imigrantes, ainda que não o tenham percebido, foram os responsáveis por plantar a semente evangélica em Brusque, que cresceu e floresceu. Os colonizadores foram acolhidos no galpão de Pedro José Werner e, meses depois, foram estabelecidos à margem esquerda do rio Itajaí-Mirim, na localidade de Bateas.

À medida que chegavam mais colonizadores, novos luteranos se somavam aos que já estavam estabelecidos na Colônia. Os imigrantes luteranos haviam trazido consigo a Bíblia, Hinário e o Catecismo Menor, e em Bateas a comunidade evangélica de confissão luterana se reunia em uma pequena casa primitiva coberta por folhas de palmitos, paredes de barro, sem assoalho e sem janelas, sendo o serviço religioso praticado pelos próprios colonizadores. Os cultos eram celebrados quando das visitas do Pastor Oswald Hesse, de Blumenau.

Pelas informações deixadas pelo pastor Sandreczki em seus relatos, encontramos o registro de que a primeira Ordem da Comunidade Evangélica de Brusque foi aprovada no dia l7 de abril de l863, com a presença do pastor Hesse, sendo considerada como a data oficial da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.

Mas, antes disso, no dia 1º de janeiro de l861 foi realizado, em caráter de emergência pelo estado da criança, o primeiro batismo de Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig Sabel, o qual foi ratificado no dia 21 de abril de l863, juntamente com o batismo da criança Heinrich Friedrich Kuhl, oficiado pelo pastor Hesse. Sobre o primeiro culto, existem registros de que tenha sido em 17 de abril de 1863, mesma data em que foi aprovada a primeira Ordem da Comunidade Evangélica de Brusque.

Nos primeiros tempos da Colônia Itajahy-Brusque, a comunidade luterana se reunia para os cultos dominicais no barracão dos imigrantes, um rancho feito de palmitos, sem assoalho e sem janelas.

O primeiro barracão da Colônia, ou “Casa da Imigração” foi construído em 1860, na região onde está edificado o Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque, rua Hercílio Luz, também conhecida como “Rua das Carreiras” no Centro, bem próximo do rio Itajaí-Mirim. Era o espaço destinado à recepção e hospedagem dos colonizadores. Depois, os cultos dominicais passaram a ser realizados em um galpão.

Até início de 1865, os imigrantes luteranos de Brusque foram periodicamente servidos pelo pastor Hesse, primeiro pároco de Blumenau. Depois de muitos pedidos, para alívio e alegria dos fiéis, em fevereiro de 1865 chegou Johann Anton Heinrich Sandreczki, e a comunidade passou a ter um pastor residente. Seu pai era de descendência polaca, nascera na Baviera e desde muito jovem, Sandreczki teve contato com os ofícios religiosos.

Sandreczki foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864, em Würtemberg e designado pela missão da Basileia para ser pregador dos colonizadores alemães no Brasil, especificamente para ser pastor na Colônia Itajahy-Brusque. No dia 9 de outubro de 1868, o pastor Sandreczki se casou, no Rio de Janeiro, com Elisabeth Groben, que acompanhou seu esposo na vida pastoral em Brusque.

Continua…

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