Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Personagens da história local: Guilherme Krieger – Parte final

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Personagens da história local: Guilherme Krieger – Parte final

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Coronel Guilherme Krieger foi um dos mais prósperos empreendedores da região. Entre 1890 a 1915, disputou a liderança política de Brusque com o Cônsul Carlos Renaux. Nesse tempo, possuía grande e movimentada casa comercial, exportava produtos agrícolas para os mais importantes centros comerciais do país e importava, em regular escala, as mais variadas mercadorias da Alemanha.

Casarões do Coronel Guilherme Krieger
Um dos casarões que pertenceu ao Coronel Guilherme Krieger é bem conhecido na região. Trata-se do prédio onde em 2019 funciona uma loja de departamentos, no centro de Brusque. A construção, do início do século XX, inicialmente pertenceu à família Krieger. Com o casamento de sua filha Ida com Otto Renaux, filho mais velho do Cônsul Carlos Renaux, as famílias se aproximaram e os negócios se misturaram. O casarão chegou a ser moradia de Paulo Renaux, irmão de Otto e, depois de algumas ampliações, funcionou ali a Loja Renaux. No local, hoje funciona a “Casas Bahia”.

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Outro casarão, conhecido como “Casarão Dom Joaquim” e que também pertenceu ao Coronel fica no Bairro Dom Joaquim e ainda existe. Sobre ele, inclusive, há um pedido de tombamento. Não há data precisa, mas estima-se que este casarão foi construído por Hort Davi entre 1875 e 1880 e, atualmente, é um dos mais antigos prédios de Brusque. No térreo ficava uma grande venda, ainda hoje em atividade. No andar superior, funcionava a residência dos proprietários.

O casarão já teve diversos donos e moradores ilustres, entre eles o próprio Coronel Guilherme Krieger e seu genro, Otto. Em 1915, Otto Renaux foi residir no pavimento superior do imponente casarão Dom Joaquim com sua esposa Ida e os dois filhos, Waldemar e Roland. Naquela oportunidade, Otto assumiu a direção dos negócios do sogro no Cedro, pois havia se desentendido com seu pai, Cônsul Carlos Renaux, em função da condução dos negócios da família.

Atividades comerciais em Dom Joaquim
Coronel Guilherme Krieger foi um grande comerciante e, na virada do século XIX, era um dos quatro mais prósperos empreendedores de Brusque. A localização do Casarão Dom Joaquim era estratégica para os negócios do Coronel, que possuía uma fazenda em Endoenças, acima de Dom Joaquim, antigo Cedro e, em Dom Joaquim, ficava sua grande loja, instalada no pulmão econômico de uma região rica pela produção de madeira serrada, farinha de mandioca e açúcar.

Arrendatário de terras em toda a região, Coronel Guilherme Krieger explorava a plantação de cana-de-açúcar e criação de gado e também a extração de madeira. No final do século XIX e primeiros decêndios do século XX, existia uma grande demanda de balseiros que faziam o transporte da madeira, desde Vidal Ramos, pelo rio Itajaí-Mirim.

A madeira ficava “estacionada” na curva do rio, e o “Casarão” ficava num ponto estratégico para que os balseiros e colonos frequentassem a venda do Coronel onde eram comercializados sal, açúcar grosso, milho, farinha de mandioca, café, batata, banha, etc. Para escoar as mercadorias, ele tinha lanchas-perua que iam até a barra do Cedro para carregar os produtos agrícolas da região, para serem transportados pelo rio até a Stadtplatz (centro) chegando a ir, inclusive, até Itajaí onde ele mantinha uma empresa de exportação.

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​Elementos da nossa história
Guilherme Krieger desviveu aos 85 anos, em 05/05/1932, deixando um legado que, infelizmente, tem sido esquecido na historicidade local. Apesar disso, duas edificações mais que centenárias que lhe pertenceram ainda continuam firmes e fortes: o casarão onde funciona a loja “Casas Bahia”, e o “Casarão Dom Joaquim” que, ao resistirem à ação do tempo e dos homens, trazem para o presente elementos de momentos históricos importantes relacionados à economia regional.

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