A capacidade do Partido dos Trabalhadores e de seus aliados de destruírem o sistema democrático enquanto fingem desenvolvê-lo é deveras impressionante. Faz parte desse marketing vociferar contra a ditadura militar, desenterrar João Goulart e a tal “Comissão da (Meia) Verdade”.

Eu já denunciei aqui a estratégia da “guerra de trincheiras”, do filósofo comunista italiano Antonio Gramsci. Tal estratégia implica que os comunistas ocupem todos os espaços que puderem na “sociedade civil”, para disseminarem sua ideologia e fazerem uma revolução de dentro para fora. É por isso que os sindicatos, as entidades estudantis e a maioria dos chamados “movimentos sociais” se tornaram território dominado pelos partidos de esquerda (PT, PC do B, PSTU, etc.), além da doutrinação marxista nas escolas. Os tais “movimentos sociais” estão muito longe de serem manifestação popular e democrática. São grupos articulados por comandos com hierarquia bem determinada, cujos líderes imediatos executam as ordens vindas de cima, e a massa “democrática” que os compõe serve apenas como massa de manobra.

Pois bem, na última semana, a presidente Dilma publicou o decreto 8.243, que concede privilégios especiais para esses grupos. Um conceito chave do decreto é o mesmo de Gramsci: “sociedade civil”. O decreto define a sociedade civil como os cidadãos (nós, os comuns, normalmente ocupados demais), e também os grupos e “movimentos sociais institucionalizados ou não institucionalizados”. Ou seja, aí cabem o MST, o MTST, a galera do “passe livre”, da “marcha das vadias”, da liberação da maconha e outros. Por meio desse ato ditatorial, o governo está obrigando a administração pública a ouvir todos esses grupos. Trata-se de um “cavalo de Troia”, que instala no coração e no cérebro das instituições públicas os grupos organizados para destruir nosso sistema liberal democrático e instaurar a “democracia” deles: ou seja, a ditadura dos grupos comunistas. É consenso entre os vários comentadores que pude consultar, incluindo um editorial do jornal “O Estado de São Paulo” que esse modelo destrói a democracia como a entendemos. Aliás, foi assim que começou a articulação que culminou com a revolução comunista na Rússia, em 1917.

O assunto é gravíssimo. Espero que os partidos de oposição, o Ministério Público e a OAB, em nome da legalidade, ajam no sentido de que esse monstrengo jurídico seja declarado inconstitucional ou revogado o mais rápido possível. Que a Copa não nos anestesie ainda mais!