Quem conhece a culinária alemã sabe que se trata de uma cozinha rica, à base de carnes e batatas, com muitas variedades de sobremesas e bolos. Em Guabiruba, muitas donas de casa e o tradicional Restaurante Schumacher continuam a servir as iguarias.
Um dos pratos mais conhecidos da culinária germânica é o marreco recheado. Fazê-lo pode parecer fácil à primeira vista, contudo, somente quem tem o dom – vindo dos antepassados -, sabe colocar aquele sabor especial.
A idade está aí, eu tenho pena, porque eu gosto de lidar com o público
O Schuma, como é mais conhecido o restaurante, é famoso Santa Catarina afora. O restaurante serve, dentre outras coisas, o marreco recheado, seu carro-chefe, e tornou-se referência em culinária alemã na região.
Renata Schumacher Kormann, proprietária do estabelecimento, conta que a comida faz sucesso principalmente com gente de fora. “Nosso forte é gente de Brusque, Florianópolis, Balneário Camboriú, Gaspar, essas pessoas nos visitam durante a semana, e também de Guabiruba, claro”, conta.
O Schuma atende há mais de 60 anos, sendo que há quase 44 Dona Renata o administra. Ela conta que é bastante corriqueiro que pessoas de longe procurem por ela, mesmo ela não os conhecendo.
Ela lembra que, recentemente, um homem de Fortaleza (CE) esteve na cozinha do Schuma pedindo pela “Dona Renata”. Ele havia conversado com outro cearense, que esteve no restaurante. Quando soube que o companheiro iria a Balneário Camboriú, logo lhe recomendou que procurasse pelo Schuma, em Guabiruba, e pela simpática proprietária.
Já idosa, Dona Renata não consegue mais atender tanto quanto no passado, para sua tristeza. “A idade está aí, eu tenho pena, porque eu gosto de lidar com o público. Meu Deus, como vem gente de fora, até do Rio de Janeiro e São Paulo!”.
Se depender do público, no entanto, o restaurante continuará. Até hoje, os almoços têm casa cheia.
Queijinho de mão
A culinária alemã tem alguns pratos simples e, ao mesmo tempo, saborosos. É o caso do handkäse feito por Rosana Mannrich. Em bom português, a iguaria significa “queijinho de mão”. Tradição familiar, a cozinheira faz até hoje para as filhas, Tamara e Cláucia, e para o marido Mário.
Tudo que eu faço, coloco o carinho e o meu amor para aquela pessoa que estou levando. É por isso que fica tão gostoso
“A minha mãe fazia isso, e desde que eu casei, há 38 anos, eu faço handkäse”, conta Rosana. Ela também faz handkäse para a Pelznickelplatz, a Casa do Pelznickel, na época de Natal.
Feita com queijinho e sem precisar ir ao fogo, a comida é fácil de fazer e integra também as cestas de café colonial que Rosana prepara para vender. A cozinheira é conhecida na cidade pelo talento na hora de fazer não só o handkäse, mas também as cucas e outras comidas.
O segredo para manter a tradição e agradar o público é um só: “Tudo que eu faço, coloco o carinho e o meu amor para aquela pessoa que estou levando. É por isso que fica tão gostoso”, afirma Rosana.