Saiba mais sobre os problemas e remendos no asfalto de Brusque

Base, drenagem e massa asfáltica influenciam na irregularidade das ruas do município

Saiba mais sobre os problemas e remendos no asfalto de Brusque

Base, drenagem e massa asfáltica influenciam na irregularidade das ruas do município

As grandes edificações presentes ao longo do território das áreas centrais da cidade não são as únicas obras elaboradas pelo homem que chamam a atenção dos pedestres e dos motoristas. As irregularidades e as diferentes colorações do asfalto também se destacam entre as construções. As origens dos remendos variam: ligação de esgoto, tubulação de água, diferentes empresas de pavimentação e degradação do material estão entre elas.

A qualidade de uma pavimentação depende de três fatores, segundo o secretário de Obras, Gilmar Vilamoski. O primeiro deles é a base que será aplicada no local. Dependendo do fluxo de veículos, a base pode ser de rachão (pedra bruta) ou de brita, ou ainda dos dois materiais. A base serve como suporte para o trânsito. O segundo fator é a drenagem. O local precisa de captação de água subterrânea através de tubulações ligadas às bocas de lobo. Desta forma, a água não fica acumulada, não corrói o asfalto e não afunda a base. O terceiro componente, por sua vez, é a massa asfáltica, que finaliza o trabalho e é a responsável também pela questão estética da pavimentação.

Mesmo com os três fatores, a ação do tempo e da natureza degradam as pavimentações. Por isso, a manutenção das vias é um trabalho “constante e interminável”, de acordo com Vilamoski. Além disto, quantos às irregularidades, a explicação também está no número de empresas que pavimentam. O trabalho de pavimentação não está restrito à Usina Municipal de Asfalto, as empresas privadas também produzem o material e asfaltam as ruas.

Para o diretor geral da Múltiplos Serviços e Obras Ltda – empresa de pavimentação -, Everson Clemente, a dificuldade em manter o pavimento estável pode estar associado à forma de contratação do serviço que, por vezes, não prevê uma remoção profunda para correção do revestimento asfáltico antigo.

“Alguns remendos que temos de fazer são muito pequenos, o que inviabiliza a compactação das camadas inferiores. Por exemplo, temos um buraco, então ele é escavado, é feita a base e é colocada a massa asfáltica. Mas na hora de compactar a massa, como o buraco é muito pequeno, a máquina acaba apoiando o rolo no asfalto que já está lá, assim não se consegue compactar bem. Daí temos de fazer a compactação manual e o rendimento é inferior”, explica.

A irregularidade do asfalto não é apenas constatada pelo motorista que trafega sobre os remendos, os pedestres também enxergam as irregularidades devido às mudanças na coloração. A cor, esclarece o engenheiro da Azza – empresa da área -, Avelino Alvarez, depende da cor da pedra utilizada na pavimentação e varia com a idade do pavimento.

“A cor do pavimento nada tem a ver com a resistência final da capa asfáltica. Todos são bem pretos no início devido a cor do CAP (asfalto), mas com o passar do tempo vão apresentando a cor do agregado utilizado, alguns brancos, outros vermelhos, cinzas e pretos. Fazer uma capa asfáltica em toda uma rua somente por ter cor diferente é um desperdício de recurso, não poderia ser feito, mas tem soluções técnicas de pintura asfáltica que custam bem menos e a rua ficaria toda da mesma cor após a aplicação”, afirma o engenheiro.

Manutenção constante

Vazamento de água e de esgoto, nova tubulação de água e de esgoto e manutenção do gás, além da degradação natural, são os principais responsáveis pelas obras de repavimentação. Por isso, de acordo com o secretário de Obras, a manutenção das vias é “constante e interminável”.

“Quando nós vamos fazer uma rua nova, por exemplo, nós vamos em todas as moradias e terrenos pedir que seja feita a ligação de água e de esgoto para deixarmos tudo pronto. Mas acontece de depois dessa pavimentação, algum morador fazer alguma ligação. Esses dias aconteceu, tínhamos acabado de pavimentar a rua toda e o cidadão fez uma ligação de esgoto. Daí aparece o remendo. Por melhor que você faça o remendo, é sempre remendo. Nunca vai ficar igual ao asfalto atual, principalmente nos pavimentos mais antigos. Só ficaria igual se refizéssemos todo o asfalto”, explica Vilamoski.

Responsável pela captação da água do município, o Samae é um dos responsáveis pelas constantes escavações no asfalto. A maioria delas são para manutenção da rede, assegura Rogério Ristow, diretor presidente da autarquia. Para esse serviço, o Samae contrata, por meio de licitação, uma empresa de pavimentação.

“Como contratamos por metro quadrado de pavimentação, geralmente dá para um ano a licitação. A empresa fornece tudo, o maquinário, a mão de obra e os materiais. Na licitação, nós fazemos várias exigências para o serviço ficar excelente. Depois da pavimentação pronta, nosso agente responsável verifica o trabalho e caso o asfalto esteja irregular, a empresa tem de refazer de graça o serviço”.

Tapa buraco

A Secretaria de Obras disponibiliza três equipes de tapa buraco. Elas são encarregadas de realizar a manutenção dos buracos que surgem nas vias do município. De 2012 a outubro deste ano, mais de 21 mil toneladas de massa asfáltica foram produzidas pela Usina Municipal de Asfalto para as operações do tapa buraco. As despesas chegaram a R$ 2,2 milhões.

“É um trabalho permanente e cada vez maior”, afirma Vilamoski, “Porque cada vez mais vias vão sendo pavimentadas e as vias mais antigas cada vez mais vão sendo danificadas e movimentadas. A Bepe Rosa, a Beira Rio, é um exemplo. Nós fazemos manutenção constante, mas na primeira chuva, os pontos frágeis aparecem. Se tem uma falha no pavimento, tipo um rachadinho, quando o tempo está seco, os carros passam ali e não tem problema nenhum, mas quando chove a água infiltra naquela falha e quando o carro passa ele carrega o pavimento solto. Ele vai eliminando o material e vai afundando o buraco”.

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