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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Samae explica motivo de água amarelada nas torneiras de Brusque

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Samae explica motivo de água amarelada nas torneiras de Brusque

Crédito: Arquivo pessoal

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Efeitos das chuvas
Leitores entraram em contato para relatar que a água que chegou às torneiras ontem estava amarelada, com aspecto sujo. O Samae, em nota, esclarece o problema: “Devido à chuva torrencial desta semana a Estação de Tratamento Central (ETA) alcançou turbidez elevada (10 mil UT), impossibilitando a continuidade do tratamento da água. A operação de paralisação e a religação na ETA causou a despressurização das redes que abastecem a comunidade, prejudicando a qualidade da água, aparecendo uma cor amarelada em algumas regiões. O Samae efetuou algumas descargas de rede para melhorar a situação e voltar à normalidade”.


Poluição no rio Perequê
A Associação de Moradores de Meia Praia (Amme), o Rotary Club de Itapema e outras entidades farão manifestação, neste sábado, 20, pela preservação do rio Perequê. O protesto será na ponte que fica no limite com Porto Belo. Nesta quarta-feira, 17, ocorreu uma reunião que contou com a presença de 16 entidades de Itapema, que resolveram se unir em prol do rio. Foi criado um grupo de trabalho que irá organizar um grande encontro, para o qual serão convidados os prefeitos e outros órgãos, para um debate aberto, com a presença do público. A ideia deste encontro é obter um plano de ação com compromissos concretos.


Ambulantes
A prefeitura mostrou cordialidade com a Câmara de Vereadores ao convocar logo na terceira semana do ano a reunião para a regulamentação dos ambulantes. Esse havia sido um compromisso assumido quando da votação – e aprovação – na Câmara da lei complementar que praticamente deu um cheque em branco ao Executivo. Agora a administração tem a difícil tarefa de regulamentá-la. O assunto é tão espinhoso que vários governos passaram e fingiram não ver o problema.


Febre amarela
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) informou, nesta quinta-feira, 18, que investiga se a morte de uma pessoa em Gaspar foi causada pela febre amarela. A vítima tem histórico de viagens a São Paulo, estado onde o vírus se espalhou. Segundo a Dive, ainda falta a confirmação laboratorial. De 1º a 18 de janeiro, foram notificados cinco casos suspeitos de febre amarela no estado, que estão sob investigação. Há uma outra morte suspeita, em Lajeado Grande, no Oeste.


Zancanaro de volta
O secretário de Educação, José Zancanaro, retorna ao trabalho na próxima segunda-feira, 22, após um período de férias. Na sua ausência, a servidora Izabela Albani responde pela pasta. Confira entrevista na página 10.


EDITORIAL
Sob tempestade

A chuva é sempre bem-vinda, mas a intensidade com que está acontecendo vem espantando as pessoas. Estamos acostumadas às chuvas de verão, mas ultimamente a impressão que temos é que elas estão sendo mais constantes e fortes.

Para entender melhor este fenômeno, vamos começar analisando o volume de chuvas por aqui. Para se ter uma ideia, só no bairro São Pedro choveu na terça-feira, 16, mais de 100mm. Este volume é o dobro do que chove em média no Egito por ano. Aliás, é mais do que chove por ano em muitos países do norte da África e Oriente Médio, por exemplo.

Deixando a comparação com estes países de lado e olhando para os fenômenos meteorológicos que já aconteceram aqui, principalmente as cheias, que são nossa maior referência temos outra surpresa. Choveu mais na última terça-feira, com 100,2mm, do que no dia 9 de setembro de 2011, quando os pluviômetros marcaram 86,2mm, e um pouco abaixo da marca histórica de 24 de novembro de 2008, de 109,5mm. Superior também à marca de 93mm do dia 5 de janeiro do ano passado, que inundou o bairro Nova Brasília.

Além desta quantidade descomunal de água, outro fator interessante é a concentração da chuva. No mesmo dia que o bairro São Pedro registrava 100,2mm, o bairro Dom Joaquim registrou apenas 13,4mm. Assim, quem mora num bairro percebeu uma chuva tranquila enquanto via televisão e no outro as pessoas viram a água da chuva entrar em suas casas.

Outro fator que precisa ser levado em conta é o nosso relevo. Cada microbacia que forma nosso vale tem uma característica. A bacia da Nova Brasília, em janeiro do ano passado, recebeu mais de 60mm de água na hora crítica da chuva, e teve uma vazão maior do que a bacia da São Pedro, que recebeu 58mm no período crítico. Além disso, o fato da bacia do São Pedro ser mais afunilada aumentou o nível e a velocidade em relação a outra.

Diante deste fenômeno, a reação das pessoas nas redes sociais também extravasou, com muitos tentando achar o culpado. Um grupo afirmava que foi o prefeito que fez a rua malfeita, outro afirmava que foi o que fez a vala pequena, também não foi esquecido o que fez a obra do PAC e por fim o prefeito atual, que segundo o post, não fez nada. Assim muitas pessoas foram apontando o dedo na direção que mais lhe convinha para tentar personificar o problema.

Estes comentários nos levaram a uma reflexão. É possível, e de que maneira a ação humana poderia intervir para prevenir este fenômeno? Por este questionamento a primeira imagem que vem a mente é o tamanho da infraestrutura para escoar esta água. No bairro São Pedro, além da vala e da obra do PAC, a água tomou quase um metro acima do nível da rua em alguns pontos. Para solucionar o problema poderíamos imaginar uma nova galeria, da largura da rua e com alguns metros de profundidade. A engenharia poderia perfeitamente planejar isso, mas imagine o custo, as desapropriações, o impacto ambiental, etc.

Esta solução também deveria ser extensiva a todas as outras bacias de Brusque, afinal não sabemos em que bairro será a próxima “tromba d’água”, multiplicando exponencialmente os custos e impactos deste complexo imaginário.

Mas se este é um caminho distante, o que podemos fazer? Com certeza podemos melhorar muito a nossa infraestrutura para amenizar os efeitos da chuva. Ajudaria muito a conclusão das obras do PAC, o desassoreamento de rios e riachos, a limpezas de valas e bocas de lobo, a fiscalização de construções e loteamentos em áreas de risco.

Mas também é preciso ter em mente que moramos num vale, que historicamente sofre de cheias e enxurradas. Por mais que estas tempestades tenham se intensificado por conta das mudanças climáticas, ainda temos uma parcela importante a cumprir preservando e recuperando o meio ambiente.

Por fim, mesmo com todas as informações disponíveis ainda estamos engatinhando no entendimento destes novos modelos climáticos. Aqui em Brusque, somente em junho de 2012 é que começou a medição da precipitação por bairro. Antes havia somente uma estação pluviométrica na cidade que comprometia uma análise mais ampla e precisa, e que foi base para uma série de estudos e dimensionamentos de obras.

Podemos, então, cobrar das autoridades uma atenção especial neste assunto, mas não podemos esquecer a nossa responsabilidade na questão ambiental, afinal, não há como ir contra a natureza. Na hora da chuva podemos até culpar o prefeito e as obras da cidade, mas se nem São Pedro consegui conter a água no bairro que o homenageia, dá para imaginar a chuva que ainda vem por aí.

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