Sem moedas no comércio, empresas adotam medidas alternativas para dar troco

Comerciantes de Brusque afirmam que vivem pior ano de circulação; principal motivo é a retenção nos cofrinhos

Sem moedas no comércio, empresas adotam medidas alternativas para dar troco

Comerciantes de Brusque afirmam que vivem pior ano de circulação; principal motivo é a retenção nos cofrinhos

O famoso “troco em bala” não é o mais querido pela clientela, mas com a escassez de moedas no comércio brusquense é uma das alternativas que restam aos lojistas. Segundo comerciantes do município, Brusque vive o pior ano na circulação de moedas. Nem recorrer aos bancos tem sido uma opção: as agências enfrentam o mesmo problema.

Segundo apontam os entrevistados, o principal motivo do sumiço dos trocados é o “cofrinho”. Cada vez mais as moedas são retidas e voltam ao mercado somente no fim do ano. Porém, mesmo a grande quantidade de moedas que retornam não duram muito tempo, e a falta de moeda volta, rapidamente, a ser uma realidade.

Troco alternativo
Com o tempo, os empresários precisaram driblar a adversidade das maneiras que acham conveniente. No ônibus, por exemplo, a medida tomada foi o vale-troco, um papel que serve para trocar por moeda de R$ 0,05 na hora de adquirir a passagem.

“Nós ligamos para o Procon para saber se poderíamos fazer isso, e obtivemos a autorização. É uma saída, porque a situação da retenção das moedas nos prejudica bastante”, explica Arthur Klann, diretor da Nosso Brusque, empresa concessionária do transporte coletivo.

A dificuldade com moedas sempre foi uma realidade na Sorvetes Primavera, do bairro Dom Joaquim, mas neste ano a situação se agravou. “Antes a gente ainda conseguia trocar nos bancos, mas agora nem as agências contam mais com moedas. Nós temos nosso produto em toda a cidade, e os lojistas sempre perguntam se temos moeda, porque é uma realidade para todos”, diz Cintia Colombi, gerente da empresa.

Cintia complementa ainda explicando que a situação é ruim, também, para os clientes. “Vamos ter que dar troco em balas ou outros produtos, o que muitas vezes não é do agrado das pessoas”.

Na panificadora Sodepan, além do constrangimento da falta de moedas, até o lucro da empresa é comprometido com a situação. Segundo a proprietária Emily Dognini, muitas vezes o valor das compras é arredondado – ou seja, subtraído – para que não sejam necessárias moedas.

“Como muitas vezes nossa margem de lucro é pequena, isso complica. Já aconteceram casos extremos de precisar diminuir R$ 0,70. Se for na compra de pães, por exemplo, pode significar um pão de graça”, diz.

Algumas empresas chegam a beneficiar quem troca moedas em seus estabelecimentos, como forma de atrair cada vez mais a devolução dos trocados. É o caso da cooperativa Sicredi que, em trocas acima de R$ 50, presenteia o cliente com um cofrinho.

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