Todos os dias me pego pensando em um assunto que já virou normal no meu dia a dia, a cada fim de madrugada fico olhando o teto da minha casa e me pergunto o que é a morte, quem sou e todas essas coisas depressivas que fazem com que eu me sinta mais vivo.

 

Mas o que é a morte? Muitos dizem que é apenas deixar de existir, deixar de cantar, andar, iluminar, falar ou pensar. Morrer é ser esquecido, morrer é se desprender, se desentender e depois se encontrar, é simples, morrer é só deixar de amar, sonhar e realizar a felicidade de cada detalhe em cada pequeno fragmento de um breve resquício de uma simples forma de vida em algum lugar esquecido no meio do nada.

 

Mas se morrer é tudo isso, isso só me faz crer que há muito eu já morri. Eu morri em alguma noite em que não consegui dormir, eu morri quando meus sonhos se acabaram, quando parei de iluminar, quando parei de acreditar, quando eu pensei em complicar, eu me encontrei perdido em meio ao nada, eu sorri em meio ao simples fato de nunca querer ser normal.

 

Eu chorei em algumas das mortes que tive, eu olhei para o teto cinza que cobre minha cabeça e rezei para que se existisse algum Deus, que ele me levasse desse inferno que era existir, mas tudo foi em vão, apenas uma ilusão.

 

Eu queria poder simplesmente dormir, queria poder sorrir, amar, sonhar e criar um lugar para se acampar em idealizações inimagináveis, eu queria, só queria esperar, isso é um sonho? Se for isso mesmo, talvez ainda exista algum tipo de vida em minha existência, será?

 

Eu não sei, não mesmo, uma coisa é certa, nada é certo, meus pensamentos são incertos, são insanos, são loucos, utópicos, pura imaginação de um alucinado desgraçado, mas enfim, enquanto a noite que nunca tem fim existir, eu vou existir, vou existir em cada insônia, medo, ansiedade ou preocupação, em cada canto, em um quarto simples, sempre vai ter alguém olhando seu teto cinza, e sempre que alguém olhar o teto em sua cabeça, vai olhar no fundo dos meus olhos, vai se desesperar e chorar, ele vai estar olhando sempre a mim, mas no fundo dos meus olhos a única coisa que vai ver será a si mesmo ou melhor, a própria morte.

Guilherme Haverroth – acadêmico de Jornalismo na Univali.