Simas desiste de candidatura a deputado estadual

Inconformado com a demora no julgamento de seu recurso pelo TSE, vereador diz que "não quer enganar eleitor"

Simas desiste de candidatura a deputado estadual

Inconformado com a demora no julgamento de seu recurso pelo TSE, vereador diz que "não quer enganar eleitor"

O vereador Alessandro Simas (PR) irá protocolar hoje um pedido para que seu nome seja retirado da lista de candidatos a deputado estadual em Santa Catarina. O documento será entregue em Florianópolis, na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC).

Simas teve a candidatura indeferida pelo TRE-SC, e ainda não há prazo para que seu recurso, protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seja julgado. Com isso, ele optou por não ser mais candidato, e alega não querer “enganar o eleitor”.

“O processo está desde o dia 18 parado no gabinete do ministro e sem previsão de julgamento. O meu objetivo não é prejudicar ou enganar o eleitor. Não é justo e seria leviano eu continuar numa campanha na qual, lá na frente, os votos possam ser anulados”, justifica.

O motivo pelo qual seu registro de candidatura não foi inicialmente aceito é o pagamento de uma multa eleitoral, relativa à eleição de 2012, no qual ele concorreu a vereador em Brusque. Os juízes eleitorais entenderam que essa multa devia ter sido paga até a data do registro da candidatura. Simas alega, porém, que não constava nenhum prazo para pagamento no boleto emitido para quitação da dívida.

“O tribunal também tem culpa”, diz o ex-candidato, referindo-se ao TSE. O prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para o julgamento dos recursos dos candidatos indeferidos expirou no dia 21 de agosto, mas não foi respeitado pelo órgão. “Não posso assumir essa responsabilidade de ir pedir votos e, lá na frente, esses votos não valerem nada”, afirma.

A campanha

A indefinição sobre o registro da candidatura motivou Simas a não entrar de cabeça em uma campanha mais agressiva. Até o momento, ele estava apenas conversando com pessoas próximas e visitando lideranças políticas. Sua pretensão inicial era aguardar até o dia 5 de setembro, para ver se o TSE iria se pronunciar sobre a candidatura.

A opção, após essa data, era abrir mão da disputa à Assembleia, mas o deputado federal e presidente estadual do PR, Jorginho Mello, o convenceu a aguardar mais uns dias. Jorginho Mello, contudo, não cogita indicar outro nome à vaga de Simas, até porque o prazo para que isso seja realizado termina hoje, 20 dias antes das eleições.

Alessandro Simas não vai pedir votos para nenhum dos seus adversários anteriores, que possuem base eleitoral em Brusque. “Vou pedir votos para Gelson Merisio (PSD). Por incrível que pareça, foi o deputado que mais ajudou Brusque”, diz. Ao justificar a frase, cita repasses feitos por Merisio, enquanto deputado estadual, à Rede Feminina de Combate ao Câncer, à Apae e ao Hospital Dom Joaquim.

O vereador critica os parlamentares de Brusque que ocupam vaga na Assembleia, Ciro Roza (PSD) e Serafim Venzon (PSDB), e o suplente, Dagomar Carneiro (PSD), que é candidato ao parlamento catarinense. “Todos receberam recursos para repasses e mandaram dinheiro para fora da cidade. Não adianta falar que vai trabalhar por Brusque e não trabalhar”, afirma.

Simas aborda ainda a questão da divergência partidária e sua interferência no trabalho dos deputados. “Tem deputado que não manda dinheiro para Brusque para não ‘beneficiar’ o prefeito. Tiveram a oportunidade de fazer, agora não adianta querer se justificar ou dizer que vai fazer”.

 

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