Clichês são chatos. Literalmente chatos, já que são unidimensionais. Mas – e sempre tem um mas – tem horas em que escapar deles é uma coisa complicada. Vejamos a clássica relação conflituosa entre esposas e sogras. A descrição típica seria algo como o oposto daquele velho ditado que diz que “quem a boca do meu filho beija, a minha boca adoça”. Na prática, esse beijo, quando literal, parece amargar o paladar da mãe dos príncipes encantados. Acontece também na relação entre sogras e genros, é claro. Não há que marcar posição no gênero, aqui.

noras

Noras confusas, magoadas, indignadas e loucas da vida, há solução para vocês. Online. A “terapia em grupo” é um blog que se chama Casa das Noras. Seu funcionamento é extremamente simples. As vítimas mandam seus causos para as administradoras do espaço, que conferem levemente se a história parece real (já houve muita nora fake tentando atrapalhar a conversa) e publica tudo em um post. As demais sofredoras comentam, dão palpites, contam as próprias experiências. Muitas vezes, todo esse esforço coletivo ajuda a resolver situações que a pessoa, sozinha, acha que são becos bem murados.

Mesmo correndo o risco de estar sendo muito pouco solidária e bem superficial… tenho que admitir que a leitura dos casos reais é sempre divertida. Acaba entrando naquela categoria “Melhor que Novela”.  Mexicana.

Entre mocinhas e vilãs, pulando de clichê em clichê, tem toda a gama de emoções humanas. Ciúme, ódio gratuito, incompreensão. Tem conclusões básicas, como a unanimidade de que a culpa, no mais das vezes, é do “bananão” do cônjuge, que costuma apelar para a estratégia do avestruz e fingir que nenhuma guerra está declarada. Tem ex psicopata, enteados maléficos, conspirações familiares e ciladas variadas, em que as moças caem por amor, medo ou tédio.

E as sessões nunca terminam… Se você se encontra nessa situação de briga com a “cobra”, tente! E, se não está, acesse o blog mesmo assim. Afinal, produtividade foi feita para ser sabotada…

Claudia Bia – jornalista