Sindicatos criticam decisão da Prefeitura de Brusque de não retomar convênio médico

Para sindicalistas, atitude agrava problemas e aumenta a demanda da saúde municipal

Sindicatos criticam decisão da Prefeitura de Brusque de não retomar convênio médico

Para sindicalistas, atitude agrava problemas e aumenta a demanda da saúde municipal

Em uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, 10, representantes dos cinco sindicatos que disponibilizam atendimento médico para seus associados criticaram a decisão da Prefeitura de Brusque de não retomar os convênios médicos. Este sistema foi cancelado ainda na gestão do ex-prefeito José Luiz Cunha, o Bóca, em 2016.

As negociações para a retomada do convênio iniciaram em abril de 2018. Após mais de um ano de tratativas, ainda não havia um posicionamento definitivo da atual gestão quanto ao assunto. Na última semana, contudo, durante reunião entre as entidades e o secretário de Saúde, Humberto Fornari, foi enfim definido que os convênios não seriam retomados.

Existente desde a década de 1990, os convênios haviam passado para um sistema de cotas mensais bancadas pela prefeitura ainda em 2010, na gestão do ex-prefeito Paulo Eccel. Neste formato, o associado ia até o médico do sindicato e recebia a indicação direta para ir até o especialista que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As receitas feitas por médicos de sindicatos também deixaram de ser aceitas no setor de medicamentos que são entregues gratuitamente pela Secretaria de Saúde.

São sindicatos com médicos o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sintricomb), Sindicato dos Mestres e Contramestres na Indústria de Fiação e Tecelagem de Brusque (Sindmestre), Sindicato dos Comerciários de Brusque (SEC) e Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Brusque (Sintrafite).

Sem diálogo com o prefeito
Segundo informaram os sindicalistas, o prefeito de Brusque, Jonas Paegle, não os recebeu, mesmo após apelos para que o diálogo fosse realizado diretamente com Paegle. Como ele foi médico de sindicato, a intenção era que compreendesse melhor os apelos. Contudo, somente Fornari fez parte da reunião.

Conforme afirma o presidente do Sintrafite, Anibal Boettger, a atitude do prefeito surpreendeu. “Ele sempre foi um dos mais críticos, quando era médico, sobre a baixa cota mensal que a prefeitura liberava para os atendimentos. Agora, como prefeito, tem essa atitude. É de se lamentar”.

Os cinco sindicatos juntos contam com 30 médicos e 60 dentistas. Segundo levantamento apresentado, são 14 mil consultas com pediatras anualmente, 60 mil consultas com clínicos e especialistas e 100 mil consultas odontológicas, além de convênios diretos e cerca de R$ 4 milhões em reembolsos por consultas e exames por ano.

O cancelamento do convênio, na opinião dos sindicalistas, ajuda a estrangular a saúde em Brusque. “Era uma forma de reduzir o volume de pessoas nos postos de saúde, e sempre funcionou bem. Agora não tem mais como fazer este atendimento, e o resultado são cada vez mais pessoas nos postinhos”, afirma Júlio Atanásio Gevaerd, presidente do SEC.

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