Skate em Brusque: a luta diária para manter o esporte ativo

Amantes da prática lutam por espaço e incentivo da modalidade no município

Skate em Brusque: a luta diária para manter o esporte ativo

Amantes da prática lutam por espaço e incentivo da modalidade no município

O skate é uma das modalidades que mais atrai novas gerações no Brasil, principalmente agora que o esporte passa a ser olímpico, estreando em 2020. Em Brusque, o amor pelas rodinhas não poderia ser diferente. Em cada bairro, surge uma nova leva de crianças e jovens aprendendo a se equilibrar e realizar manobras no equipamento. Os espaços públicos do município reservados ao skate são poucos, e em sua maioria centrais, mas estão praticamente todos os dias repletos de usuários.

Mas para que o esporte continue sendo incentivado e novos skatistas, competidores ou não, sigam na prática, é necessário o esforço de abnegados entusiastas da modalidade. São pessoas que já praticam há anos e apoiam, muitas vezes até financeiramente, para que o skate se mantenha ativo tanto dentro da cidade quanto na representatividade de Brusque em competições estaduais e nacionais.

O cenário do skate na cidade também se reconstrói, ainda que tímido, após o acidente que levou à morte de Nicholas Tomaz Belz, em julho de 2017. Nikão, como era conhecido, foi um expoente da nova geração de skatistas brusquenses, sendo não apenas um grande competidor, mas também incentivador da modalidade. A pista de skate da praça Sesquicentenário passou a receber, em agosto de 2016, o nome “Skate Park Nicolas Thomaz Belz – Nikão”.

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Projetos de incentivo
É unânime entre os skatistas que o pulmão da modalidade em Brusque é Sidnei Belz, o Magau. Dividido entre duas atividades que exploram o esporte, arte e cultura – que são o skate e a capoeira -, Magau encontra tempo para, além de sua profissão dentro da loja Life Surf Wear, realizar uma série de atividades que incentivam a prática.

Ele é o organizador do evento Life Skateboard, projeto que chega em sua décima edição em breve. Além disso, fomenta o esporte por meio de atividades de iniciação esportiva. “Nós temos uma escolinha de skate, que é o projeto Nós nas Rodas, desde 2006. Agora ela é realizada na Escola Paquetá, sempre no primeiro domingo de cada mês”.

Magau também é responsável pela divulgação do skate no projeto Domingos na FIP, que ocorre todo último domingo do mês e proporciona lazer, cultura e diversão para a comunidade. O Nós nas Rodas também visita outras escolas do município, por meio de oficinas. “Recentemente estivemos na colônia de férias do Sesi Escola, e foi muito bacana, teve grande aceitação. Passamos um pouco da história da modalidade, equipamento e noções básicas”, explica Magau.

Conforme explica o instrutor, a intenção de proporcionar a prática do skate tem um lado social. “Não é só a prática pela prática. É uma tentativa de formar cidadãos de bem”. Para ele, o praticante do skate precisa encontrar um equilíbrio entre o lúdico e o esportivo. “Não queremos um bando de doidos em cima das rodinhas, mas também não queremos robôs”.

Magau passou a se interessar pelo skate no início dos anos 1990, quando a prática não era tão comum fora das grandes capitais e metrópoles nacionais. Com o tempo, a paixão pela prática aumentou, até que em 2007 foi convidado pela loja Life Surf Wear para ser responsável pelo setor de skate. “Aí a coisa se intensificou, porque a empresa passou a patrocinar os eventos e projetos da modalidade no município”.

Pai de Nikão, Magau diz que a perda do skatista ainda repercute no cenário da modalidade local. “Ele era um incentivador. Um formador de opinião dentro do movimento. Ficamos sem um forte exemplo. Uma molecada se espelhava nele. O skate perdeu uma perna, podemos dizer assim, mas enquanto ainda tiver uma, nem que seja meio manca, a gente continua”.

Vida de skatista

Eliton Gonçalves, o Pitoko, sonha em seguir carreira no skate. Foto: Divulgação

Eliton Gonçalves, o Pitoko, começou sua história no skate em 2012. Ganhou um de presente do irmão, sem saber andar. Praticava no bairro, primeiro com dificuldades pra se manter em pé no shape, até que conseguiu encontrar o ponto de equilíbrio e, a partir daí, apenas evoluiu.

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Hoje, ele participa de competições estaduais e nacionais da modalidade. Foi por meio da amizade com Nikão que ele foi incentivado a seguir apostando no esporte. “Fui andando com ele e com o Magau até evoluir bastante. Nessa caminhada ganhei vários títulos em competições de base”.

Em 2017, ele chegou ao auge ao conquistar o título de sua categoria no Campeonato Catarinense. Com isso, foi credenciado a participar do Brasileiro de Skate, onde participou, em Brasília. Pelo seu desempenho, Pitoko, de 17 anos, conquistou patrocinadores que o dão suporte para seguir nas competições.

Ainda jovem e com longo futuro pela frente, Pitoko projeta continuidade no esporte que aprendeu a amar quando criança. “Com toda a experiência que eu passei, meu sonho segue sendo viver do skate. Quero viajar, conseguir um bom patrocínio e trabalhar com o que eu amo. De pouco em pouco estou chegando lá”.

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