Últimos dias ensolarados de verão… e o sol ainda nos convida à sua companhia! Há quem o ame, há quem o odeie…

É fato que o sol pode ser um santo remédio! Necessitamos dele para níveis adequados de vitamina D e, além disso, estudos demonstram sua relação com a serotonina, o neurotransmissor do bem-estar! Mas, como diz o ditado, a diferença entre o remédio e o veneno está na dosagem. Por isso, escrevo sobre dois assuntos importantes, para evitar que o sol se torne um inimigo nestes dias de verão.

 

Não vamos começar criticando o nosso amigo brilhante.   O sol é fator essencial para a famosa vitamina D. Quanto de sol é necessário para alcançarmos níveis adequados dessa vitamina ?

A maior parte da vitamina D é sintetizada em um processo que necessita da exposição da pele ao sol.  Essa vitamina atua no metabolismo do cálcio e está relacionada à prevenção de doenças ósseas, como a osteoporose. De acordo com especialistas, 20 minutos, 3 vezes por semana, sem interposição de vidro ou janela, em geral são suficientes para obter-se níveis adequados. Há estudos pesquisando a associação de  vitamina D com diminuição de fatores inflamatórios e prevenção de diversos outros problemas de saúde. Ou seja, ar livre e sol fazem bem, e muito! Mas em quantidade que não cause queimaduras solares. Quanto mais melanina a pessoa possui na pele (ou seja, quanto mais escura a pele), maior a quantidade de sol necessária, e vice-versa.

solUma amiga comentou: “Gosto de pegar bastante sol e me queimo mesmo”. E, de forma divertida, ela acrescentou: “mas não me preocupo, pois depois corro atrás do prejuízo com minha/meu dermatologista!”. Pode, Arnaldo??

Conversei com diversos dermatologistas e isso ocorre bastante. Muitos efeitos do envelhecimento solar da pele são atenuados graças aos felizes avanços da medicina. No entanto, reverter ao ponto zero, como se não houvesse qualquer dano, ainda não é possível, segundo eles. Alguns cânceres de pele são relacionados à exposição crônica ao sol.  Sobre o melanoma, câncer com alta taxa de mortalidade, é importantíssimo saber: está associado ao número de vezes em que a pessoa se “queimou” ao sol. Quanto mais queimaduras (os famosos “torrões”) ao sol você já teve, maior o risco de desenvolver melanoma futuramente! Por isso, cuidar da pele ao sol não envolve apenas estética, mas sim saúde!

“Posso usar óculos de sol comprados em camelô?”

O fator mais importante em óculos de sol é a certificação de proteção ultravioleta (UV) em 100%, que bloqueie raios UV-A e UV-B. Lentes escuras sem filtro UV não devem ser usadas, pois podem até aumentar a entrada dos raios no interior do olho. Filtros UV atuam de forma preventiva a diversos problemas oftalmológicos, como catarata, degeneração macular relacionada à idade, pterígio, cânceres oculares. Prefira armações grandes, pois bloqueiam os raios laterais.
Lembre-se de colocar óculos de sol também em seus filhos!
E, para completar, use chapéu!

Que saibamos usar tudo o que o sol e a vida ao ar livre nos trazem de bom. Mas que saibamos ter responsabilidade, a fim de desfrutarmos muitos dias de sol em nossas vidas, com muita saúde!

Maiara Dalcegio Favretto – médica oftalmologista