Apesar de não ser assíduo na disputa do campeonato municipal de futebol de campo há muito tempo, o 10 de Junho ostenta uma história vitoriosa, guardada na memória de quem viveu e ainda vive o clube.
O 10 de Junho, fundado em 1978, venceu diversas vezes o campeonato municipal e também a extinta Liga de Brusque, mas, desde 1996, formou poucas vezes time de futebol de campo para participar de competições.
Hoje, segue ativo, investindo em estrutura e promovendo lazer, prática de esportes e eventos no Centro da cidade.
O foco desde o fim da década de 1990 passou a ser a estrutura do clube, que tem um campo de futebol, cancha de bocha, bar e uma grande sede, que começou a ser construída há mais de 12 anos, onde são realizados vários eventos, como casamentos, festas de aniversário e celebrações de comunhão.
O surgimento do 10 de Junho se deu pela rixa com o Guabirubense, time que não está mais ativo há algum tempo. Ex-presidente do clube e atual presidente do conselho deliberativo, Jaime Nuss lembra que os meninos da rua 10 de Junho não tinham campo para bater bola na década de 1970 e, por isso, iam até o Guabirubense para jogar futebol.
Campo foi inaugurado cerca de cinco anos após a criação do clube.
“Era um vale, com pasto dos dois lados, com gado, galinha, porco, andando. Meu pai, que já é falecido, gostava muito de futebol, e embarcou na ideia. Os velhos, na época, meu pai e o primeiro presidente Ingo Schweigert, foram atrás de maquinário e fizeram uma força para construir”, lembra Jaime.
O “Esquadrão de Ouro”, como ficou conhecido o elenco do 10 de Junho entre as décadas de 1980 e 1990, venceu vários campeonatos municipais de futebol de campo, além de títulos da Liga de Brusque. O clube inclusive tem um troféu transitório em sua galeria por ter vencido a competição regional por três anos seguidos, a última vez em 1996, último ano em que o clube foi realmente ativo no esporte.
Time do 10 de Junho em uma das finais no estádio Augusto Bauer.
O atual vereador Mala Gums e o ex-jogador profissional, Palmito, faziam parte daquele elenco.
Nessa trajetória, muitos confrontos com o Guabirubense foram quentes. A base do time era de atletas da rua 10 de Junho e arredores e, até por isso, a torcida jogava junto.
Time de 1982 se reuniu para foto em 2016.
Ao longo dos anos, porém, os fundadores do 10 de Junho foram ficando mais velhos e o time não teve renovação. Desde 1996, o time só participou de competições de futebol de forma esporádica e sem muito destaque.
“Mudou o perfil do presidente na época, ele não era tão viciado em futebol. Fizemos o campo novo, passamos a investir em estrutura”, explica Jaime.
Em 2008, o 10 de Junho já tinha um campo novo pronto, que foi muito prejudicado por causa das enchentes na cidade. Até hoje, uma torre de iluminação está enterrada no terreno.
Mesmo com esse contratempo, o clube seguiu com seus planos. O 10 de Junho está construindo a sede nova há vários anos, em substituição à antiga, que é de madeira e foi construída em mutirão - hoje, essa estrutura abriga o bar e a cancha de bocha.
O clube tem poucos sócios e se mantém com promoções, eventos, bingos, aluguel do salão e do campo de futebol. A Associação de Futebol Educacional de Guabiruba (Afeg), que forma jovens para o esporte, utiliza o estádio para treinamentos, por exemplo.
Além disso, as sextas-feiras são movimentadas no 10 de Junho, com o tradicional churrasco de tábua. O local ainda é usado para lazer e esportes, com jogos de dominó, bocha e baralho.
A paixão pelo futebol, porém, não foi esquecida e o clube se prepara para voltar a disputa de campeonatos em busca de retomar seus momentos de glória nos gramados. “Está acontecendo uma renovação na diretoria. Se não fosse a pandemia, já tínhamos voltado ao futebol. Prevemos para este ano ou no próximo para voltar ao municipal”, garante Jaime.