CARESIAS

Mais que um clube, uma família. Esse é o lema do Caresias, clube formado em 2007 por José Caresia, o Neni, e Justavo Barroso, que participou de forma ininterrupta no campeonato municipal de futebol amador de Guabiruba por 11 anos.

Neni foi, desde o início, a cara do Caresias.
Ele foi presidente, técnico e incentivador do clube, que começou como Bar Caresia, mas depois mudou para um nome mais “politicamente correto”. 

O CARA DO CARESIAS

Antigo Bar Caresias enfeitado com
adereços do clube.

DESTAQUE EM CAMPO

O time foi às semifinais do municipal em 2007, 2014 e também 2016, as melhores campanhas em 15 anos de história.

O time ocupava parte importante da rotina de Neni e envolvia grande parte da família Caresias. “As crianças são muito fanáticas, choravam quando o time perdia. Os pais do Neni ouviam no rádio e quase passavam mal", conta Justavo.

JUSTAVO BARROSO

 QUANDO TINHA JOGO DO TIME, NA RUA ADOLFO SCHAEFER, QUE É CONHECIDA COMO RUA DOS CARESIAS, VOCÊ PODIA ANDAR
PELADO NA RUA, PORQUE ESTAVA TODO MUNDO ASSISTINDO O JOGO

RESPONSÁVEL PELO CARESIAS

INICIATIVA

Neni formava a equipe para participar dos campeonatos e torneios, ia atrás de patrocínio, cuidava da logística e ainda organizava eventos e festas. Investia tempo e também dinheiro para manter a equipe.

“Nosso time ia para a praia juntos, sítio, cheguei a levar 24 jogadores para um torneio no Fartura. Íamos para torneio em Botuverá e Vidal Ramos. sempre tinha alguém para puxar, eu ou o Justavo. Os jogadores ficavam doidos para jogar, mas alguém tinha que tomar a iniciativa, para as festas também”.

JOSÉ CARESIA, O NENI

FUNDADOR DO CARESIAS

Justavo lembra de várias festas realizadas na casa de Neni após as partidas do clube. “Mesmo quando perdia, chegava todo mundo aqui para beber, comer e pular na piscina.
O Caresias, para quem assiste e ouve o
nome, é o Neni”.

PROBLEMA DE SAÚDE

A preocupação de Neni com o time, porém, acabou causando problemas de saúde. Ele conta
que começou a sofrer de ansiedade pela preocupação que tinha com o Caresias.

“Eu era feliz com aquilo, tinha minha turma de amigos. Depois, tive conversa com uma psicóloga onde eu trabalhava, e me esclareceu um pouco. Tinha momentos que estava feliz, mas outros que me preocupavam muito. Quando chovia, já ficava pensando que não teria jogo. Se não conseguia formar time para ir para um torneio, já me chateava. Aquilo foi me sufocando”, lembra.

Um dia, poucas horas antes de um jogo importante do time em 2017, Neni teve um ataque do coração. O goleiro não quis jogar porque disse que estava com o dedo quebrado, tinha outros jogadores atrasados para a partida. Ele começou a passar mal e o coração chegou a 220 batidas por minuto.

Ele foi encaminhado para o hospital da cidade na hora e foi transferido para o Hospital Azambuja, em Brusque, por causa da gravidade da situação. “Depois disso, precisei deixar o comando do time, não tenho mais como. Mas isso me tocou
muito, foi bem difícil”.

Desde o ocorrido com Neni, o Caresias participou de mais um campeonato de futsal na cidade e pretende fazer o mesmo em 2022. Neni e Justavo pretendem incentivar que os mais jovens tomem à frente do clube para escreverem novas histórias.

SOBREVIVÊNCIA

“Acredito que o Caresias nunca vai morrer, hoje eu tenho meu filho que pode participar, tem outros jovens. A gente pede a Deus que nunca se acabe, mas acredito que a gente vai sempre ter que estar junto”, diz Justavo.

Neni também se coloca à disposição para colaborar e vai continuar torcendo e incentivando o sucesso do time. “Só saí por questões de saúde mesmo. Quero ir para o jogo, acompanhar. O que precisar de mim e eu puder, vou ajudar”.

BRUNO DA SILVA/o município
CRISTÓVÃO VIEIRA/ARQUIVO O MUNICÍPIO
MARCOS BORGES/arquivo o município
ARQUIVO CARESIAS

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