Há 30 anos, surgiu a Sociedade Esportiva Planície Alta, que é até hoje ponto de encontro das famílias do bairro, que tem uma população aproximada de 400 pessoas atualmente.
O estádio Antônio Schaefer e Marcio André Nicoletti conta com iluminação, gramado com dimensões de futebol profissional, cancha de bocha, bar, vestiários e uma ampla área de convivência, onde o clube segue investindo para deixar cada vez melhor estruturada.
Por causa da falta de atletas pelo tamanho do bairro, o clube participa apenas de forma esporádica do campeonato municipal de futebol amador. Em alguns anos, como em 2015 e 2016, o Planície Alta se juntou com outra equipe para a disputa.
A última vez que o time teve uma campanha de destaque foi em 2009, atuando com seu nome original, quando perdeu a decisão para o Pré Moldados Rieg.
O único título do Planície Alta no futebol amador de Guabiruba foi em 1994.
O atual vice-presidente do Planície Alta é Everton Baumgartner, filho de Getúlio, fundador do clube. Ele conta que, antes da criação do clube, o pai e os amigos jogavam em um “pasto plano” em algum lugar do bairro até decidirem fundar a sociedade em 1991. O futebol tinha uma força ainda maior por ser uma das poucas opções de lazer na região.
“Há 30 anos atrás, não tinha muitas opções de entretenimento. O pessoal caçava, ia para o rio, jogava futebol, não ia muito longe disso. Hoje, tem muita opção na internet e para se locomover também é bem mais fácil. Até quem quer jogar bola pode ir para outro lugar”.
O nome do estádio foi escolhido em homenagem a Antônio Schaefer, antigo proprietário, e Marcio André Nicoletti, que era filho de outro antigo dono das terras e jogava futebol com o pessoal do bairro, mas acabou falecendo pouco tempo antes da construção da sede do clube.
Quando o clube foi estabelecido, os fundadores só ganharam dos empresários a terraplanagem do terreno. O campo já existia, assim como um pedaço da sede, mas, ao longo dos anos, a sociedade avançou construindo a cobertura, galpão, instalando piso, iluminação e vestiários.
“Hoje em dia, acho muito improvável que alguém fundasse um time, construísse uma sede do zero. A sede foi crescendo, entre altos e baixos. Hoje em dia, fazemos alguns eventos, como costelaço, e temos também o ecônomo que toca o bar”, conta.
Mesmo sendo um bairro pequeno, o clube tem um torneio bastante peculiar que coloca frente à frente rivalidades internas do Planície Alta, com equipes representando quatro partes do bairro: da Reta (rua Planície Alta), dos Cachorros (rua Angelo Nicoletti), do Centro e da Pedreira, que fica mais afastada.
Apesar de não participar dos campeonatos municipais e do torneio não ser realizado
há um bom tempo, o futebol no Planície
Alta não para.
“Nunca tem subdivisão aqui e todo mundo joga numa boa. Mas jogamos sério, sem aliviar. No nosso jogo dos veteranos, tem menino com 11 e senhor de 60. A gente judia do campo por causa disso, aqui se joga descalço, mesmo na lama”, diz Everton.
Até 2021, o Planície Alta não tinha sócios pagantes, o que mudou com a nova diretoria do presidente Roberto Zimmermann, que se mobilizou para reorganizar o clube.
Com a nova diretoria, vieram avanços na sede do clube, como a colocação de pisos e reparos na cozinha. Roberto destaca que os próximos passos previstos são a reforma do banheiro e reparos no galpão para que ela possa abrigar eventos.
“Hoje em dia os sócios contribuem, mas o retorno ainda é pequeno. Há 30 anos, tiveram que comprar terreno, fazer baile e se virar para sair do zero. A gente pode se orgulhar que poucos na cidade tem uma estrutura assim. Agora, está aqui, precisamos manter”.