SANTO ANTÔNIO

CAMPO DO SANTO ANTÔNIO

RUA ORLANDINA ROMANI VICENTINI

O Morro Santo Antônio, que é famoso pela bela vista e também apreciado por ciclistas e corredores que buscam aventura, foi a primeira casa do clube Santo Antônio. A história iniciou na década de 1960 e, anos depois, o clube se mudou para o Lageado Baixo.

Antônio Celva, hoje com 75 anos, foi a pessoa que tomou a iniciativa para fundar o Santo Antônio. Ele e alguns primos que moravam no morro na época, com a família Sassi, se reuniram e fizeram esse campo “no braço e com o próprio dinheiro”.

Ele conta que sempre foi o “cabeça”, mas tinha uma turma que ajudava. O campo foi estruturado no terreno onde morava a mãe
de Antônio. 

Escudo do time remete à capela que fica no alto do Morro Santo Antônio.

NO COMANDO

Antônio conta que sempre foi o “cabeça”, mas tinha uma turma que ajudava. O campo foi estruturado no terreno onde sua mãe morava.

Enquanto a mãe de Antônio estava viva, ele cobrava aluguel de quem jogava no local e repassava o valor para ela. Ele se casou em 1967 e, dez anos depois, se mudou para o Lageado Baixo. Por um tempo, o campo permaneceu no morro, mas ele não conseguia ir muito lá e, após alguns anos, acabou sendo inativado.

NOVO CAPÍTULO

Na década de 1990, Antônio decidiu retomar o Santo Antônio, agora no Lageado Baixo. Ele e outros três Antônios formaram o time. “Eu era bem de vida, então comprei a terra do Mário Kurtz e fiz o campo. Gastei muito dinheiro ali”.

ANTÔNIO CELVA

FUNDADOR DO SANTO ANTÕNIO

Atual responsável pelo futebol do Santo Antônio, Júnior Vandelinde lembra que ele e outros moradores do bairro se mobilizaram para plantar a grama no local. O clube chegou inclusive a realizar um torneio no Lageadense para reunir recursos e realizar as alterações necessárias para viabilizar o campo, que fica às margens da rua Orlandina Romani Vicentini. “Comprei até um tratorzinho para roçar o campo”, diz Antônio.

Em 1995, o time venceu o campeonato municipal na decisão contra o Olaria, jogando no estádio Reinaldo Batschauer, do Lageadense.

Até o início dos anos 2000, o clube participou de forma assídua dos campeonatos municipais de futebol. Depois, passaram a priorizar os andamentos da sede - chegaram a ter um pequeno ranchinho anexo ao campo - e também a disputa de torneios na região.

Por volta de 2015, Antônio teve problemas graves de saúde e chegou a ficar meses acamado e sem conseguir falar. Chegaram a sugerir que ele vendesse o campo, mas ele nem cogitou. Aos poucos, foi melhorando, mas resolveu passar o comando do time para Júnior, uma pessoa de sua confiança.

IMBRÓGLIO

Desde 2014, o clube passou a dividir sua atenção entre o futebol e uma disputa na Justiça pela posse do terreno onde fica o campo. 

O antigo proprietário do terreno entrou com um processo e quis retomar o campo, com várias alegações, inclusive de que não tinha sido pago. Mesmo durante esse imbróglio, ainda não  resolvido, ele chegou a negociar as terras com uma imobiliária, que buscou a prefeitura para iniciar trâmites legais, mas não conseguiu concretizar, por causa da disputa judicial.

“Na época, se vendia terreno em cotas. O clube tinha alguns sócios-fundadores, foi comprado o terreno e tudo foi pago. Ficou um acordo verbal, mas não foi passado a escritura. O antigo proprietário ficou com uma das cotas”, explica Júnior. “Chegamos a vender o trator para fazer a escritura por causa do processo”, diz Antônio.

Com a briga judicial, o campo está em estado de abandono. Até hoje, aconselhado pelo seu representante legal, o clube mantém a mesma diretoria.

EM ATIVIDADE

Apesar da disputa judicial, o Santo Antônio segue suas atividades. “O clube ficou alguns anos sem time quando o seu Antônio parou de tocar. Nesse meio-tempo, quando entrei na história, começamos a montar de novo”, explica Júnior.

O time foi formado a partir de um grupo, que disputava torneios em Botuverá e Vidal Ramos e aí se juntou com o Santo Antônio. “Nesse grupo, tinha o Kety, filho do seu Antônio. Foi por ali que a gente se conheceu”.

Santo Antônio disputa, além dos campeonatos de futebol, o municipal de futsal.

Desde que Júnior assumiu o futebol, o Santo Antônio ainda não jogou no campo. “Primeiro, a polícia não liberava, porque não tem alambrado. Era mais jogos dos “ferinos”, de brincadeira. Até os juniores do Brusque e o time de rugby da cidade chegaram a treinar lá".

Apesar das dificuldades, o time corre atrás
de patrocínio, e realiza rifas e eventos
para se manter.

JÚNIOR VANDELINDE

HOJE, O QUE MAIS PESA PARA A GENTE É A PARTE FINANCEIRA, PARA FAZER A SEDE. É MUITO DIFÍCIL FAZER AS COISAS. CORREMOS ATRÁS, MAS É COMPLICADO

RESPONSÁVEL PELO FUTEBOL DO SANTO ANTÔNIO

Mesmo com essas dificuldades, o Santo Antônio é competitivo nas disputas municipais. O time foi às semifinais nas últimas três edições do campeonato de futebol amador e também foi vice-campeão no futsal, em 2018. Em 2022, estará de volta para competir entre os melhores da cidade.

BRUNO DA SILVA/O MUNICÍPIO
MARCOS BORGES/ARQUIVO O MUNICÍPIO
ARQUIVO SANTO ANTÔNIO

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