Ao longo dos anos, muitos times de Guabiruba foram fenômenos que duraram pouco tempo, mas alguns fizeram sucesso nos campos da cidade.
Por dois anos seguidos, em 2013 e 2014, o time do Solução, que no segundo ano se juntou à Flyone, foi à decisão do campeonato amador da cidade. A iniciativa era do empresária Alex Baumgartner, que faleceu aos 37 anos em 2020.
Outra equipe que despontou com sucesso foi a do Táxi Aleixo, vice-campeã em 2012. Na época, eles se juntaram com a equipe do Bahia, que já existia, mas não tinha CNPJ estabelecido.
“O time base era montado pelo pessoal do Bahia, que trabalhava junto. Foram dois anos assim. A gente tinha um grupo bom, mas começaram a ser procurados por outros times e saíram. Por isso a empresa acabou saindo”, explica Aleixo Jaraceski, proprietário da empresa.
O Bahia persistiu entre 2011 e 2015, com boas campanhas. O time foi formado por quatro amigos moradores de Guabiruba que vieram do estado nordestino e se estabeleceram na cidade.
“Jogamos primeiro no Caresias em 2010 e depois nos juntamos para montar um time. Fomos juntando alguns jogadores que chegavam da Bahia, do Paraná e de outros lugares, que não jogavam em outros times. Em 2012 montamos uma equipe mais reforçada e fizemos a melhor campanha na primeira fase”, lembra Roque Batista Bispo, fundador do clube.
“Fizemos boas campanhas depois, mas em 2016 acabei passando para frente o time, já estava um pouco cansado. Mudaram o nome para Vitória, mas acabamos não chegando tão longe, cada ano ia saindo jogadores para outros clubes. No começo, foi uma história maravilhosa, os jogadores se entregaram de corpo e alma, mas, ao decorrer do tempo, acabaram abandonando".
Tem um conhecido que quer retomar e fazer outro Bahia e me pediu ajuda. Vamos ver o que vai dar”, completa Roque.
Além desses, outros times, alguns com nomes de empresas, participaram de campeonatos de futebol em Guabiruba na última década, com mais ou menos destaque. Não há, no entanto, registros dessas participações, motivo pelo qual nem todos estão citados nesta reportagem.
“Temos no município as equipes tradicionais e todos os anos surgem as aventureiras no campeonato. Isso não quer dizer que sempre serão as mesmas. Também tem os times que disputam com o nome dos patrocinadores que estão apoiando no momento.. Ocorre esse giro de atletas”, explica a secretária de Esportes, Márcia Watanabe.
União São Cristóvão, Areia e Terraplenagem Boos, Solak Pneus, Guabiaço, Bar Péo/Ape, Marmoraria Kons, Força Adivan, Força Jovem, Nacional FC e Juventude são outros times que disputaram campeonatos de futebol amador.
O primeiro campeão municipal de Guabiruba foi o Continental, único clube do Imigrantes a ter uma equipe de futebol que participou de competições até hoje. O clube ainda tem sua sede e campo na rua Nicolau Schaeffer, apesar de não formar mais times
há bom tempo.
“Era um time da família. Ali, tínhamos um pastinho e começamos a jogar. A gente escolheu esse nome porque meu primo fumava cigarro da marca Continental. Meu tio um dia viu e gostou”, ri Antonio Kraft, um dos fundadores do clube, que hoje toca a sede.
“Podemos nos orgulhar de termos sido o primeiro campeão municipal, na década de 1970. Era um dos melhores times da época. Chegamos a enfiar 3 a 0 no Carlos Renaux. Mas começaram a entrar outros clubes, com mais renda e levaram nossos jogadores, aí o Continental foi parando de participar. Depois saíram muitos jogadores de uma segunda geração que jogavam na quadra de futsal, mas foi acabando os poucos”, conta.
Outros times históricos marcaram a história do futebol amador da cidade. Só no Aimoré existiram o Vasquinho, o Grêmio, o São Cristóvão e o mais destacado deles, o Aimoré, que foi campeão de vários campeonatos, incluindo o da segunda divisão da Liga de Brusque em 1965.
“O Aimoré disputou a liga brusquense contra o Humaitá, o Tiradentes e outros times na época. Depois de um tempo, surgiu o Grêmio, que depois se juntou com o Aimoré e formou o Grêmio Esportivo Aimoré. No bairro, fizeram três ou quatro campos de futebol, mas foi se perdendo”, conta Ari Kremppel, que jogou muito tempo no clube.
"O Aimoré ainda tem um terreno deles comprado, mas uma coisinha pequena. Eles tinham umas 30, 40 taças que eles ganharam, que sumiram. As coisas foram se acabando por falta de organização. Mas ainda existe possibilidade de voltar a jogar”.
O Peñarol, do Holstein, foi outro time que teve uma história que durou cerca de dez anos, entre as décadas de 1980 e 2000. “Aguentou alguns anos, mas depois não disputou mais campeonatos. Sempre tivemos uma turma boa, jogávamos no campo do São Pedro. Era um time muito show de bola. Acabou porque não tínhamos campo para jogar”, conta Gilmar Carminati, atual presidente do São Pedro, que atuava no time.
Outros times antigos que fazem parte da história do futebol guabirubense são o Cedrense, Guabisul, Interclubes e Pomerânia.
“Depois que saí do Continental, eu e outras pessoas jogamos em vários times, inclusive no Pomerânia, que fez o time de futebol e disputou o campeonato só de um ano e não participou mais. É assim que funcionava. Tinha alguém que bancava na hora, apaixonados pelo futebol, mas não ficava, isso em vários casos”, lembra o ex-secretário de Esportes de Guabiruba, Luiz Schlindwein Filho, o Kareka.