Recentemente li uma entrevista com a cineasta Petra Costa. Essa moça, de 32 anos, já é premiada por filmes, entre eles Elena e Olmo e a Gaivota. O último ficou famoso pelo teaser do filme e campanha na internet “Meu Corpo, Minhas Regras”.

A campanha foi polêmica, teve vídeos de respostas, e essas coisas que acontecem nas redes sociais. Os filmes de Petra destacam a ficção e a realidade de personagens mulheres. A mulher com a fala principal, falando de ser mulher e temáticas pertinentes ao universo feminino. Fiquei encantada ao ler a entrevista. Uma mulher que, com seu talento e inteligência, inclui sua história de vida e de mulheres que passam por ela para trazer a tona temas complexos, que muitas vezes não têm vez e voz.

Senti-me solidária a Petra. E a tantas outras mulheres incríveis que estão lutando por espaços na sociedade e trazendo a tona discussões difíceis, de forma sutil. Essa força sutil do feminino. Uma força que emerge da intuição, da criatividade, sensibilidade, receptividade e amorosidade. Uma força que transforma e impacta.

Porém, numa tentativa de se destacar em um mundo masculino e patriarcal, muitas acabam  esquecidas das peculiaridades de ser mulher. Tornam-se machistas, vítimas do medo de defender ideias e serem rotuladas como esquerdista e outras distorções que estão sendo feitas no tribunal das redes sociais.

Entendo também que o feminismo não pode ser o oposto do machismo. Não pode haver mais linhas que separam posições. O movimento é dialógico. Mas, é preciso se manifestar, sendo solidária às demandas repercutidas. Apoiar a mulher que deseja ou não casar, ter ou não filhos, se realizar profissionalmente ou cuidar dos seus filhos, fazer tudo isso se quiser, ser quem ela deseja ser. E da maneira que achar melhor, com autonomia, independência e responsabilidades das suas escolhas.

Conheço mulheres maravilhosas, lindas, inteligentes, fortes, com iniciativas que fazem tremer estruturas. Liderando movimentos sutis que estão rompendo crenças limitadoras. Inspirando outras mulheres a fazerem o mesmo. Por isso, se você ainda está lendo este texto, achando que não tem nada a ver com isso tudo, acorda. Você não está nesse mundo por acaso. Faça o que precisa ser feito. Olhe para sua história, veja o que mais está te incomodando na vida. O aprendizado pode estar aí.  Se faz necessário sair do papel de vítima, e se tornar protagonista da vida. Seu exemplo e sua história podem inspirar outras pessoas a serem melhores.

Petra Costa, linda, usa as palavras de Rosa Luxemburgo para dizer que é preciso “lutar por um mundo, onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.”

Assim é!

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Clicia Helena Zimmermann – professora, consultora e especialista em mapeamento de ciclos