Surto de lesões de pele em Santa Catarina pode ser varicela

Investigações do governo dizem que sintomas que pareciam de impetigo convergem para casos atípicos de varicela

Surto de lesões de pele em Santa Catarina pode ser varicela

Investigações do governo dizem que sintomas que pareciam de impetigo convergem para casos atípicos de varicela

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do governo do estado informou ao Município Dia a Dia que os casos de lesões de pele que estão sendo diagnosticados em Brusque e outras cidades como impetigo podem ser, na verdade, casos atípicos de varicela (catapora), com aspecto semelhante a impetigo, o que será confirmado assim que o órgão finalizar a investigação sobre o caso.

Conforme o governo, o surto começou em Imaruí, no dia 15. Três dias depois, foram relatados casos de Itaiópolis, Palhoça, Brusque e Taió.
Em comunicado, a Dive explica que as informações preliminares obtidas junto aos municípios, sobretudo a respeito da forma de propagação (de pessoa a pessoa), além da avaliação clínica dos casos, sugerem a hipótese do evento se tratar de uma doença de transmissão respiratória e de contato.

“Neste contexto, as hipóteses diagnósticas iniciais têm convergido não para um surto de impetigo, mas sim para surtos de varicela (catapora) atípicos com infecção secundária das lesões”, informa o órgão.

Além disso, segundo o órgão estadual, embora a transmissão das bactérias causadoras do impetigo ocorra por meio do contato, o impetigo não costuma levar a surtos ou epidemias.

Nas cidades do litoral, também tem se noticiado o surgimento de casos de caxumba nas escolas. Porém, a Vigilância Epidemiológica de Brusque afirma que, até esta sexta-feira, nenhum caso de caxumba foi informado pelos educandários.

O governo do estado explica que, com a introdução da vacina contra varicela no calendário vacinal do Programa Nacional de Imunização, com uma dose, era esperado que ocorresse uma mudança no padrão da doença, com o aparecimento de formas atípicas, “fato que explica a presença de poucas e atípicas lesões na maioria dos casos avaliados nesta semana”.

Porém, o governo afirma que as vacinas contra varicela não são indicadas para bloqueio do surto em creches e escolas, e que apenas deve-se identificar o número de crianças entre 15 meses e dois anos de idade incompletos que não tiveram varicela e que frequentaram a instituição nas últimas quatro semanas, para atualização da vacina tetraviral.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica informa que está acompanhando a situação, bem como a evolução dos casos, e repassará informações na medida em que as investigações avançarem, confirmando ou descartando as hipóteses diagnósticas.


Aproximadamente 30 casos em Brusque

Conforme o secretário municipal de Educação, Ivanor de Mendonça, a pasta, em conjunto com a Secretaria de Saúde, está trabalhando para evitar que novos casos da doença aparecem em Brusque. Atualmente, são cerca de 30 diagnosticados, em três escolas.

Inicialmente, foram diagnosticados quatro casos na escola Laura Cattani. Posteriormente, mais seis casos apareceram, e ainda três servidores, antes da escola ser fechada para desinfecção, até o dia 26.

“Pensamos que a situação tinha sido controlada, o objetivo era quebrar o ciclo de proliferação da doença”, afirma o secretário. Porém, na quarta-feira, 28, novos casos foram diagnosticados, em outra escola.

Dessa vez, foram identificados 20 casos na escola Isaura Gouvea Gevaerd, que também foi fechada para desinfecção. Lá, onde estudam 400 alunos, as aulas retornam amanhã. “Foi uma medida para evitar que a situação se tornasse insustentável, como em outros municípios”, afirma o secretário.

Conforme a Vigilância Sanitária, o calor extremo e a umidade registrados nas últimas semanas foram os responsáveis pelo aumento do número de casos. Outros dois foram identificados no bairro Limeira, mas lá foram casos isolados, não houve propagação da bactéria.


Limpeza e desinfecção das escolas

Nas últimas semanas, as duas escolas em que foram identificados casos de lesões de pele passaram por uma rigorosa faxina para desinfecção.

Conforme a coordenadora da Vigilância Sanitária em Brusque, Clotilde Imaniowsky, as doenças bacterianas podem ser transmitidas diretamente, de pessoa para pessoa, e indiretamente, por meio de contato com objetos contaminados, o que motiva a desinfecção completa.

A desinfecção é feita com álcool e água sanitária, e envolve as paredes, móveis, brinquedos, camas, lastros, colchões e trinco de portas.

Segundo Clotilde, isso garante a segurança para que as crianças possam retornar à escola, mas só se houver colaboração dos pais.

“Os pais devem higienizar a pele das crianças e também as roupas, que devem ser lavadas preferencialmente com água quente”, afirma a coordenadora.

 

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