Nem a mata fechada e a altitude do Morro do Carneiro Branco afugentam os aventureiros da região. O local é frequentemente visitado pelos amantes dos desafios extremos, que são presenteados, pelo caminho, com um sem-fim de belezas naturais, como três diferentes rios de águas cristalinas e um mirante para contemplar Guabiruba do seu ponto mais alto.

São exatos 940 metros acima do nível do mar e uma trilha de mais de sete quilômetros, totalizando 14,6 quilômetros para ir e voltar em sete horas de trajeto. Sem sinalização, o local é considerado um dos mais difíceis, e é obrigatória a presença de um guia ou condutor com experiência na região – há riscos inclusive de se perder em meio à mata.

Localizado em parte do Parque Nacional da Serra do Itajaí, o Morro do Carneiro Branco possui um cume em que é possível avistar os municípios de Guabiruba e Botuverá, além de ter uma ampla visão do próprio parque. No local, são realizados o trekking, o hiking e o montanhismo.

O Morro do Carneiro Branco recebe esse nome pela quantidade abundante da pedra quartzo, utilizada para a produção de joias, bijuterias e vidro. As pedras sobressalentes na montanha se assemelham a carneiros e, por isso, o apelido foi criado.

Subida é longa e exige preparo físico dos trilheiros. Foto: Assepavi

Preparo físico exigido
Murilo Kreusch divide seu tempo entre a administração de empresa e a paixão pelo ecoturismo. Hoje, ele é um dos mais experientes na trilha. Segundo ele, o esforço feito para alcançar o cume do morro vale a pena. “A fauna e a flora da localidade são exuberantes. Além disso, no cume a gente consegue ver a nascente do rio Cristalina, que é um cenário muito importante.”

Mas, como explica Kreusch, é preciso fôlego e preparo físico para chegar ao fim da trilha. Um terço do caminho fica a 500 m de altitude e, depois disso, inicia-se uma longa subida, sem nenhuma parte plana. “Lá acontece o verdadeiro ecoturismo. É uma experiência muito boa.”

Kreusch reforça a importância de levar o equipamento adequado. “O trilheiro precisa ter um mapa topográfico do local, ou pelo menos se certificar de ir com alguém que conhece a trilha. Para o hiking não é necessário muito equipamento, já no acampamento é importante a mochila cargueira com suprimentos.”

Marco de referência em pedra geodésica no Morro do Carneiro Branco . Foto: Assepavi

Vértice geodésico
Na trilha do Morro do Carneiro Branco, é possível encontrar uma pedra conhecida como vértice geodésico, estrutura construída para indicar coordenadas como altitude e latitude. Em Guabiruba, foi colocada pela companhia de aerofotogrametria Aerofoto Cruzeiro do Sul, do Rio de Janeiro, que sobrevoou a localidade registrando o pico. Segundo Ivan Fischer, presidente da Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí (Assepavi), o monumento foi colocado lá na década de 1940.

Kreusch já encontrou o vértice pelo caminho. O administrador afirma ainda que o espaço poderia ser melhor explorado pelo turismo de Guabiruba. “Considero o melhor pico para a realização do montanhismo na nossa região, bastante histórico, importante inclusive pelos raros pássaros que já encontramos por lá. Mas falta mais recepção e explicação do trajeto.”

Serviço

Trilha do Carneiro Branco
Endereço: Rua Lageado Alto, bairro Lageado Alto
Acesso: Particular. Necessária autorização da família Vicentini
Nível de dificuldade: Difícil
Riscos: Trilha escorregadia; risco de perder-se na mata fechada
Sinalização: Não há


Você está lendo: Carneiro Branco


– Introdução
– Minas Abandonadas
– Casa do Mel
– Mordida do Gigante
– Spitzkopf
– Mancha Branca
– Morro da Gueba
– Morro São José
– Serra do Paulo Kohler
– Morro Santo Antônio
– Trilha Graff
– Cachoeira Zimmermann
– Cachoeira Vicentini
– Cachoeira da Pedra Lisa
– Cachoeira da Lorena
– Cachoeira do Jerônimo