Turismo: pensar grande

Danilo Moritz, ex-prefeito de Brusque e empresário

Turismo: pensar grande

Danilo Moritz, ex-prefeito de Brusque e empresário

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Num domingo à tarde estava numa festa de aniversário, sentado na sala de TV, assistindo futebol, quando fui chamado pelas mulheres presentes. Elas queriam sugestões de locais para fazer excursões. Mencionaram dezenas de locais que já haviam visitado e colocaram as três condições fundamentais para o passeio.

A primeira condição: hotel bom (limpo, higiênico e com o mínimo de conforto) e com preço barato. O hotel é só para dormir e o dinheiro precisa ser usado para outras coisas, sobretudo para as compras.

A segunda condição. Um local de festa à noite. No mínimo um restaurante com música ao vivo para arrastar o pé.

A terceira e fundamental condição: tem que haver locais para compras, produtos de uso pessoal, moda, bons e preços acessíveis, ou seja, pontos turísticos, aspectos culturais, como museus, ficam para segundo plano.

Segundo informações que busquei junto a entidades de turismo, os grupos de mulheres e de idosos são os que mais fazem excursões de períodos curtos, 1 a 3 dias, com as condições descritas. Os homens preferem as pescarias e os eventos esportivos.

Quando prefeito, entre 1993 a 1996, Brusque estava consolidando sua posição de grande centro atacadista de produtos de moda (têxteis e confecções). Através da Secretaria de Turismo lançamos uma grande campanha publicitária intitulada “Brusque a Capital Nacional da Pronta Entrega”. Foram elaborados diversos materiais publicitários que foram distribuídos em todas as praias, hotéis e agências de viagem, além de outdoors espalhados ao longo da rodovia BR-101. Os investimentos foram totalmente bancados pela prefeitura.

Hoje, creio que o turismo de compras continua sendo nossa grande vocação. Temos os melhores centros de pronta entrega para o atacado e o varejo de toda a região sul. A Fenajeep é uma exceção como grande evento.

E mais, temos novos atrativos que poderão ser agregados para aumentar, em muito, o fluxo de visitantes para nossa região. As cavernas de Botuverá tem agora o acesso com pavimentação asfáltica, temos o Santuário de Santa Paulina, diversas opções gastronômicas, nossa rede hoteleira melhorou, embora existem reclamações quanto aos preços praticados e, até o final do ano, teremos a rodovia Antônio Heil, duplicada.

Então, o que está faltando? Duas coisas são fundamentais:

1º – O poder público municipal pensar grande. Eventos como a Casa do Coelho, a Casa do Papai Noel devem ser feitas pela Fundação Cultural. A não ser que atrair a população dos bairros para o Centro seja considerada como atividade turística (?).

2º – Os agentes da cadeia turística (hotéis, pousadas, restaurantes, centros comerciais, feiras de artesanato, produtos coloniais) se capacitarem para explorar o turismo e não o turista, oferecendo produtos e serviços com qualidade e preços competitivos.

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