Ubam prepara campanha para a redução do salário dos vereadores de Brusque

Reunião que definirá a estratégia do movimento acontecerá no dia 22; depois disso, projeto será apresentado à população

Ubam prepara campanha para a redução do salário dos vereadores de Brusque

Reunião que definirá a estratégia do movimento acontecerá no dia 22; depois disso, projeto será apresentado à população

A União Brusquense das Associações de Moradores (Ubam) se prepara para lançar nas próximas semanas a campanha que pede a redução do salário dos vereadores do município. Um grupo de trabalho formado por integrantes da associação e professores das redes municipal e estadual de ensino trabalha nas estratégias para apresentar a campanha à população.

De acordo com o presidente da Ubam, Luís Carlos Schlindwein, o Zinho, a ideia do movimento é a redução de despesas públicas como um todo, iniciada pelo processo de redução do salário na Câmara de Vereadores. “Esse é um movimento constante para que o poder público possa aplicar essa diferença que vai sobrar nos cofres do município em obras e serviços que a cidade necessita”.

Uma das propostas em análise é abordar o tema “Salário de vereador igual ao de professor”, que já existe em diversas cidades do país. “Ainda não temos um tema definido, existem algumas propostas, entre elas está essa”, diz.

Schlindwein ressalta que o grupo ainda não definiu qual será a porcentagem da redução reivindicada pelo movimento em Brusque. “Ainda não temos uma decisão geral sobre o valor, mas há um entendimento de que se o piso dos professores é justo, o subsídio para o vereador no mesmo valor também seria”.

Hoje, os 15 vereadores de Brusque recebem em torno de R$ 7 mil mensais, já o piso nacional dos professores é de R$ 1.917. A próxima reunião de trabalho do grupo acontecerá no dia 22 de setembro. Nesse encontro, eles vão definir as estratégias do movimento. “Há de se levar em conta a legalidade, os princípios de aplicação do valor. Essas são questões a ser analisadas, que vamos definir na próxima reunião”, diz.

Ele ressalta ainda que o movimento não acontece apenas devido à crise econômica que o país enfrenta. “A diminuição dos gastos não pode se resumir a esses períodos, senão fica muito simples e não é esse o foco. O foco é daqui pra frente ter uma constante nessa questão”.
“Vai atingir todos os municípios”

Schlindwein destaca que a campanha em Brusque é inspirada nos municípios que tiveram o movimento e conseguiram a redução e que, a partir dos próximos meses, deve se espalhar pelo Brasil. “A Ubam entende que essa é uma pauta constante, que vai atingir todos os municípios. E nós, como representantes das comunidades, não podemos deixar de trabalhar nesse objetivo”.

Há um mês, a Ubam levantou o assunto em um manifesto lido em uma sessão da Câmara de Vereadores. De lá para cá, a ideia amadureceu e está próxima de se tornar um movimento. Na época, a maioria dos vereadores se posicionou contrária à redução do salário. “É normal de certa forma que alguns vereadores se posicionem contrários, mas há um apelo popular forte sobre o assunto. A partir do momento que a campanha ganhar as ruas, acredito que eles ficarão mais sensíveis”, afirma.

O presidente da associação lembra ainda que no próximo ano acontece a eleição municipal, o que também pode facilitar a mudança de ideia dos vereadores sobre o assunto. “A Câmara é a casa do povo, mantida com o dinheiro do povo. Eles são nossos legístimos representantes, mas algumas vezes, precisam ser lembrados dessa situação”.

Outros pontos

Além da redução dos salários dos vereadores de Brusque, o movimento defenderá que a redução atinja também a prefeitura. “Queremos que a redução seja num patamar que possa ser notado o retorno dos recursos para a sociedade, e não que haja falta de eficiência e de qualidade nos serviços”.

O grupo também discute apoiar o decreto 7.318, assinado em 2013 pelo então prefeito Paulo Eccel, que possibilitou a eleição direta para o cargo de diretor das escolas municipais. “Já se tem notícia que o atual prefeito vai anular esse decreto e que o cargo de direção das escolas voltará a ser por indicação. Fizemos um levantamento, e há um descontentamento das APP’s, pais e alunos sobre o assunto, por isso, também vamos tratar disso em nosso movimento”.

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